Conforme escrevi aqui, este ano eu fiz o curso Cozinheiro Básico do Senac. Sou uma fã de carteirinha do curso e tenho um orgulho enorme de dizer que sou uma cozinheira formada pelo Senac.
Neste fim de ano, tive a honra de ser convidada para fazer parte da banca avaliadora dos trabalhos finais dos grupos que terminaram o curso (link aqui para quem quiser ver o meu trabalho). É muito legal experimentar outro papel em um mesmo cenário, brincar com os personagens que a vida nos apresenta.
Voltar ao Senac é sempre uma festa, gosto tanto de lá, me sinto tão em casa que sempre fico me enrolando para ir embora. A troca com pessoas como os professores Marcus Monteiro (orientador da banca de ontem), Gabriel Rossi (meu orientador do ravióli de aipim), Marcus Jiorge e Mamadou (meus professores em sala de aula) é sempre muito boa. Amizade permeia a relação e amplia possibilidades para todos os lados.
Li, recentemente, no blog “Cozinheiro Viajante” (veja aqui) sobre a união dos profissionais da gastronomia espanhola. Este artigo também dá uma pincelada sobre a união dos profissionais aqui do Brasil.
Quando falo em sustentabilidade não há como não falar em abundância e circulação. Quando falo em sustentabilidade social, também está contemplado as relações de forma circular, positiva e abundante. É isso que sinto quando estou com meus queridos mestres e amigos do Senac. Não há espaço para vaidades, não há espaço para destaques individuais. Estamos todos no mesmo barco navegando nas ondas da gastronomia, do resgate de cultura, da busca de produtos sem impactos, da troca. É assim... no Senac me sinto em casa e agradeço.
Participei de duas bancas este ano, muito bacana: uma de culinária mediterrânea e outra de culinária da Grã -Bretanha. Ontem foi esta segunda. E tive a como parceiros de banca o Carlos, que tem vasta experiência em gastronomia e hoje dá aulas na Universidade do Senac e o Felippe Sica, com quem troco boas figurinhas virtuais e, assim como eu, compartilha saberes via rede (veja o novo site dele recém saído do forno).
Confesso que não conheço a culinária da Grã-Bretanha e tinha uma boa dose de desinteresse (até mesmo em função da quantidade de batatas e frituras que normalmente representam esta culinária). Fui positivamente surpreendida. Saí muito feliz! Nenhuma fritura, nenhuma batata. Pelo contrário, um cardápio diversificado e saboroso. O grupo está de parabéns. Douglas Machado, parabéns! Ulisses Guedes, parabéns! Saí da banca com gostinho de quero mais, saí com vontade de saber um pouco mais sobre esta cozinha. Abaixo o cardápio completo:
Entrada: Salada celestial de salmão – uma salada super refrescante de salmão defumado com funcho e pepino. Leve e marcante!
Prato principal: Coelho ao molho de mel e limão acompanhado de risoto escocês – delícia de molho do coelho e o risoto foi feito com cevadinha no lugar do arroz. Uma maravilha! Sou super fã da cevadinha, adorei!
Sobremesa: Torta Ecclefechan – Uma delícia de torta de frutas secas com nata. Delícia mesmo! Fiquei fã!
A Torta Ecclefechan é com frutas secas, bem cabível em uma ceia de Natal. Pedi a receita! Ganhei o trabalho todo deles, com todas as fichas técnicas, um carinho do grupo. Mais uma certeza de que a gastronomia do RS se baseia no compartilhar e na troca – sustentabilidade social. Muito bacana! Pedi autorização do Ulisses para compartilhar aqui no blog, o que foi prontamente aceito. Então, fica a dica de uma deliciosa torta com frutas secas. Eu fiz algumas adaptações, ou por falta de ingrediente, ou por querer um pitada da nossa cultura local.
Torta Ecclefechan – ao lado de cada ingrediente destaco a origem e qual alteração fiz.
Rendeu 10 tortinhas.
- 150 gr de farinha de trigo (da feira ecológica)
- 150 gr de manteiga (do supermercado)
- Uma pitada de sal (marinho da feira)
- 50 ml de whisky (usei cachaça brasileira orgânica)
- 100 gr de açúcar mascavo (da feira ecológica)
- 01 ovo (orgânico do vizinho)
- 100 ml de melado (não usei, pois não tinha)
- 150 gr de nata (do supermercado)
- 75 gr de passas de uva (do supermercado)
- 75 gr de groselha seca (coloquei 150 gr de passas de uva)
- 75 gr de nozes (usei pecãs da serra gaúcha)
- 01 limão (do mercadinho da esquina)
- 40 gr de açúcar (cristal orgânico do supermercado)
- 30 gr de gengibre (da feira ecológica)
- Raspas de 01 laranja (coloquei no lugar uma colh de sopa de geléia de laranja azeda orgânica que ganhei do vizinho)
Peneirar a farinha, acrescentar metade da manteiga, metade do whisky, pitada de sal e amassar com as pontas dos dedos sem sovar.
Reservar na geladeira por 15 min
Recheio
Picar as frutas secas
Misturar metade a nata, o restante da manteiga, um ovo, o açúcar mascavo e as raspas de laranja
Finalizando
Forrar forminhas de tortas com a massa. Fazer furos com um garfo e assar em forno a 180 graus por 04 a 06 minutos. Rechear e levar ao forno para dourar.
Preparar um xarope com o gengibre, o limão e o açúcar
Servir a torta com nata batida, o xarope e melado.
Meu toque final: finalizei com raspas de limão
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