Já falei mais de uma vez aqui no blog da minha atual ambivalência com o jardim ao redor da nossa casa. Vide links aqui e aqui. Hoje li um texto que trata de um assunto relativamente recorrente na minha cachola.
Quando nos mudamos para o sítio, tínhamos caseiros que moravam aqui também (hoje já não temos mais). Nesta época, nossa horta era a metade do que é hoje e produzia bem pouco, não tínhamos vaca, muito menos uma rede de trocas local. Uma das principais atribuições do caseiro era deixar o jardim impecável: a grama sempre aparada, as pedras limpas, as árvores e arbustos podados, as ervas daninhas bem longe daqui. Isso servia para todo o entorno da casa.
Hoje, caminhando pelo jardim, honestamente, a frase que ainda vem é: "que jardim sujo!" Sujo? Como assim? A grama sumiu entre tantas rasteiras estranhas e outras não tão rasteiras assim, as pedras estão intercaladas por arbustos de diversas cores e tamanhos (inclusive a amoreira que citei em um dos artigos acima linkados).
Já não vejo mais diferença entre o jardim da casa e a área do sítio. Será que isso ocorre porque o jardim está sujo ou porque definitivamente fazemos parte deste ambiente que nos acolheu há seis anos? Ou porque as prioridades mudaram? Estamos sem caseiro e entre cuidar dos tomateiros ou da grama, definitivamente, fico com a primeira opção.
Bom, neste texto que li há uma frase um tanto forte que diz o seguinte: "Cortar a grama é coisa de rico, cuidar de horta é para pobre." Ele fala do modelo norte-americano e resgata a história da nobreza inglesa que ostentava lindos jardins com espetaculares gramados. Link para o texto do Efraim Rodrigues aqui. Vale ler!
A frase que citei faz sentido, mas o curioso é que realmente valores mudam... sinto-me muito rica em cuidar de uma horta. Sinto-me feliz!
Esses dias recebemos uma visita que foi conhecer a horta com o Deva. Ela comentou que a horta estava um tanto suja. O Deva ficou com uma cara de interrogação, pois simplesmente não acessou o comentário. De onde vejo a horta é linda!
E sobre o jardim, estou aprendendo com ele. E este jardim será o jardim visitado por quem vier comer da nossa comida. E este é o jardim que queremos transformar cada vez mais em área produtiva. Hoje ele já tem goiabeira, acerola, pitangueira, pessegueiro, roseiras, abacaxi do reino, capuchinhas, amoreira silvestre, azaléia, colônia, citronela, amoreira, babosa, agapanthus, limoeiro, uma espiral de ervas, bertalha... e as queridas tanchagem, dente de leão, serralha... Sim, muitas pancs espalhadas no meio do gramado. A grama quase não existe mais. Nada contra a grama, mas a força das espontâneas é incrível! Por que brigar com elas?
7 comentários:
Adorei este post. Me faz pensar...
Mas me impactou o trecho: "A frase que citei faz sentido, mas o curioso é que realmente valores mudam... ". Talvez pela educação que tivemos, talvez por um forte traço de controle...
Beijos e uma super viagem para vocês!
Clau
Querida! :)
Gracias pelo carinho! beijo grande
fazem 2 dias que penso e me pergunto o que é luxo? muitas das respostas vem de olhar para arupa. saudade!
Amada! Saudades também... Venha colher tomates! Sexta que vem já estamos de volta! Beijos
Oi Paula, faz muito que não nos falamos. Hoje eu vi 2 posts no Facebook, sendo um sobre teu blog. Adorei e concordo contigo. Um jardim "sujo" e' um jardim natural, equilibrado, pelo menos na minha visão de bióloga, que me faz considerar o mundo de outra forma... Minha horta tem mais plantas espontaneas que cultivadas e as vezes me dizem "precisava limpar um pouco a horta, ta suja, Ne?" mas que sugeira? Sao plantas que garantem abrigo aos insetos que vão se alimentar dos que se alimentam das plantas... Quer equilíbrio mais perfeito? Bom, parando de falar, espero que aproveites muito esta viagem. Beijos
Silvia! Que bom te ouvir, nem que seja por aqui! Coloca fotos da tua horta, vou amar vê-las. Pelo que vejo no Facebook, não estás morando em POA. Quando estiveres por aqui, venha nos visitar. Será um prazer tê-la conosco. Um beijo grande!
Guia de Mulher, muito obrigada! Grande abraço
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