skip to main | skip to sidebar

Assine, curta & siga

  • Siga @aformadeforma

Pesquisar este blog

Nos bastidores do Blog

  • Anjali - Paula Magnus
  • Anjali Paula

Seguidores

Visito e Indico

  • Aromas e Sabores
  • Come-se
  • La Cucinetta
  • Marisa Ono
  • Prato Fundo
  • Sítio dos Herdeiros
  • Vida Sustentavel

Marcadores

  • vegetariano (70)
  • historias (56)
  • melhores (34)
  • dicas (24)
  • sitio (24)
  • pancs (14)
  • bionat (10)
  • resgate (10)
  • carnes (6)
  • germinados (5)
  • horta (5)
  • cotidiano (3)
  • gestao (3)
  • vídeos (3)
  • peixe (2)
  • temazcal (1)

Arquivo do blog

  • ►  2013 (5)
    • ►  março (1)
    • ►  fevereiro (2)
    • ►  janeiro (2)
  • ▼  2012 (42)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  outubro (3)
    • ►  setembro (4)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (1)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (6)
    • ►  março (6)
    • ►  fevereiro (7)
    • ▼  janeiro (8)
      • Estação Verão: Butiá
      • Observar, escrever, plantar...
      • Risoto de arroz vermelho, vagem, pimenta biquinho ...
      • Falando em trocas...
      • Faltou laticínios... reflexos da seca!
      • Berinjela e abobrinha ao forno
      • Palestra em 29/12/2011 no CEBB Viamão
      • Saúde + Alimentação = Saúde Integral
  • ►  2011 (146)
    • ►  dezembro (5)
    • ►  novembro (10)
    • ►  outubro (19)
    • ►  setembro (13)
    • ►  agosto (13)
    • ►  julho (10)
    • ►  junho (8)
    • ►  maio (6)
    • ►  abril (14)
    • ►  março (17)
    • ►  fevereiro (17)
    • ►  janeiro (14)
  • ►  2010 (98)
    • ►  dezembro (21)
    • ►  novembro (45)
    • ►  outubro (32)
Design by Priya. Tecnologia do Blogger.
a forma de forma
  • INÍCIO
  • Quem Somos
  • Sítio Arupa
  • Receitas
    • Pratos Principais
    • Saladas
    • Entradas
    • Acompanhamentos
    • Molhos
    • Pães
    • Laticínios
    • Petiscos
    • Doces
    • Conservas
    • Especiarias
    • Bases da Cozinha
    • Bebidas
    • Outros
  • Valem visita
  • Imprensa
  • Antirrestaurante
  • Comunique-se

Estação Verão: Butiá

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

Nada mais gaudério do que a expressão "Me caiu os butiá do bolso". Expressão usada quando o vivente está estupefato com alguma coisa.

Pois então, verão, sol a pino e milhares de pontinhos amarelos despontando nos butiazeiros.

Desde 2008, costumo fazer uma bela cachacinha saborizada com butiá e uma cachaça licorosa com butiá e açúcar mascavo. Usei esta receita no meu querido ravióli de aipim. Vide receita do ravióli aqui e aqui.

Cacho que colhemos hoje, ainda amadurecendo...

Desde ontem estou lidando com os butiás. Fiz uns 05 litros de cachaça e uns 05 litros de cachaça licorosa. Bem fácil.

A cachaça para usar como base foi um capítulo a parte. Como o cacho que usei já estava prá lá de maduro, com os butiás no chão, não tive muito tempo para pesquisa. Achei uma série de cachaças orgânicas. Porém, todas de fora do estado (Bahia e Minas Gerais). Inclusive, conheci (por telefone) o Geraldo que produz a cachaça Ferrador em Minas. Com certeza ainda comprarei a cachaça dele. O manejo é 100% orgânico, a escala é pequena e ele é um encanto. Link para o site dele aqui.

Acabei entrando num dilema em relação à cachaça... até que minha mãe ligou dizendo que estava saindo de Torres e passaria aqui no sítio no caminho para a casa dela. Bingo!!! Lembrei-me da cachaça que fez parte da minha adolescência, fez parte das primeiras caipirinhas que experimentei na vida. Cachaça feita na terra dos meus antepassados não muito distantes. O município chamado Dom Pedro de Alcântara, que crescemos chamando Colônia São Pedro (quando ainda era um distrito de Torres). De lá meu avô paterno saiu, o meu querido vô Magnus. Faz muito tempo que não visito a colônia, que foi o local de inúmeros imigrantes alemães recém chegados do além mar em 1820 (aproximadamente). Com o resgate de cultura, deixei de lado o restante dos impactos do produto. Não tenho idéia do processo produtivo da cachaça, nem do plantio da cana. Simplesmente pedi para que minha mãe parasse em uma banca na BR 101 e comprasse 10 litros da cachaça para mim. Fácil, fácil. Me deu uma boa dose de nostalgia.

Ficou a promessa de visitar a colônia assim que o verão passar. Adentrando o outono, vamos eu e o Deva vasculhar minhas origens e descobrir como é o processo produtivo da caninha Marisqueira. Compartilharei aqui, prometo.

Marquei a origem da cachaça. Exatamente a mesma de 25% do sangue que corre nas minhas veias.


Receita da cachaça e cachaça licorosa
  • Butiá para metade de um vidro de uns 3 litros - mais ou menos uns 1,2 quilos (daqui do sítio)
  • Uns 02 litros de Cachaça Marisqueira (da Colônia São Pedro)
  • Se for colocar açúcar, eu coloco 01 xícara de mascavo (da feira ecológica)
Simples, colocar os ingredientes no vidro. Se for usar o açúcar, colocar o açúcar e um pouco da cachaça e diluir bem com uma colher. Colocar os butiás e mais um pouco da cachaça, mexer bem. Finalizar com a cachaça e mexer mais uma vez. Tanto a cachaça, como a licorosa devem curtir por, pelo menos, 06 meses. Eu deixo anos, pois sempre tenho vidros de anos anteriores.

Recém feitos. Vidro da esquerda tem açúcar, os outros não.

Vidros de 2009 com a cachaça beeem curtida. Sucesso do Arupa!

Sobrou ainda um tanto de butiá (o cacho era bem grande). Fiz um pouco de geléia. Hoje pegamos mais dois cachos que serão divididos em uma safra de geléia e uma de polpa congelada para usar durante o ano. Quero experimentar inúmeras receitas. Delícia! Vou postando aqui.

Continue lendo >>

14 comentários  

Observar, escrever, plantar...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

Esse começo de ano tem me gerado uma série de reflexões. Seja por ter que olhar mais de pertinho para a saúde, seja por ter acalmado a safra do verão, ou por adentrar o tão falado 2012. Não importa.

Recentemente falei de loucura e sanidade com um amigo. Muitas vezes olho para a vida que nos abarca e vejo uma sanidade absoluta. Em outras, principalmente quando “volto ao mundo”, tenho a impressão de ser um “allien”, completamente in-sano. Acho que as duas respostas estão certas. Ou nenhuma delas...

O convívio com as coisas do sítio me ensina um bocado de coisas. Coloca eventos em perspectiva e a percepção sobre onde eles acontecem se amplia. Naturalmente, como os ciclos da natureza ou os círculos gerados por uma gota ao cair na água.... Nesta amplitude, carregar certezas torna-se sem sentido, pois elas em si têm um peso que imobiliza. Fica o 'simples' viver, com leveza e agilidade, com calma e tranquilidade, não mais uma metáfora da vida, mas a vida em si...

Sem as certezas, vai ficando cada vez mais desconfortável o ruído do mundo, onde posições são defendidas por Dom Quixotes lutando contra moinhos de ideias. Silenciar é a resposta. Voltar ao simples é o movimento. O vazio tomando conta. E o personagem Priya sumindo, sumindo...

Ufa! Um alívio!

O vídeo “O homem que plantava árvores” tem ecoado em mim. Sem mais, ele planta árvores. Sem menos, ele planta árvores. Aqui, uma metáfora da vida.

Quando colocamos as coisas em palavras, o quanto se esvai através delas? O quanto se constrói através delas? Tenho percebido um tanto de discurso, um tanto de quereres, um tanto de desejos, um tanto de certezas. E um tanto de distância real entre todos eles e a ação simples, direta. Onde é o eixo que tranca e faz este empacar e postergar? Parece-me que vivemos na era da procrastinação. A era da superficialidade. A era da instantaneidade e da volatilidade.

É mais fácil crer que as bandejas do supermercado não são galinhas de verdade. É mais fácil fazer filantropia do que olhar profundamente para as relações, incluindo as sociais. É mais fácil pegar o alho da gôndola do supermercado acreditando que há ética comercial embutida nele. É mais fácil responsabilizar o governo, os empresários, a igreja do que olhar para as próprias ações e seus impactos.

Responsabilidade. Não como dever, mas como a capacidade de responder ao que está posto.

Fazer de conta é a bola da vez, escancarada diariamente, inclusive nas redes sociais. Enquanto isso, as farmácias vendem psicotrópicos a varrer, anestesiando possibilidades de olhar para as coisas como elas são e acomodando os gritos surdos nesta Matrix de opiniões homogeneizadas.

Ao final, tudo se acomoda...

Fico com o homem que plantava árvores. Fico com a visão ampla, onde uma ação não tem um início. Nem um fim. Onde responsabilidade é. Antes mesmo do agente.

Fico sem vontade de debate. Fico sem vontade de Fóruns. Fico sem vontade de opiniões. Fico sem vontade de explicações. Fico sem vontade de justificativas. Fico sem vontades... Fico sem... Silencio.

Vou plantar...

Continue lendo >>

4 comentários  

Risoto de arroz vermelho, vagem, pimenta biquinho e alecrim

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

Sábado passado eu fui na feira ecológica do Bom Fim. Em um post anterior, comentei que o valor destinado aos laticínios na feira foram direcionados para outros produtos. Produtos que não constavam na minha lista. Entre eles, comprei vagem e pimenta biquinho. Amo a pimenta biquinho.

Hoje resolvi fazer um risoto usando como base o arroz vermelho biodinâmico que também trouxe da feira. Foi aprovadíssimo. Minha única observação é o tempo de cozimento do arroz, beeeem mais longo do que do arroz arbório. O Deva afirmou que este risoto é melhor do que o afeito com arroz arbório. Não sei se foi para me agradar, mas que estava bom, realmente estava.

  • 01 e ½ xic de arroz vermelho (da feira ecológica)
  • 01 cebola picadinha (daqui do sítio)
  • ½ xic de vinho branco – usei tinto, pois tinha uma garrafa aberta (do supermercado)
  • 01 a 02 litros de caldo de legumes (daqui do sítio)
  • Um bom punhado de pimenta biquinho (da feira ecológica)
  • Um bom punhado de vagem limpa e picada em pedaços de aproximadamente 02 cm (da feira ecológica)
  • 01 colh de sopa de alecrim picadinho (daqui do sítio)
  • Sal marinho (da feira ecológica)
  • Um naco de manteiga (do supermercado)
  • 02 colh de sopa de nata (do supermercado)
Obs. Neste link explico o porquê estou usando laticínios do supermercado

Derreter a manteiga, refogar a cebola. Assim que a cebola ficar transparente colocar o arroz. Depois de uns minutinhos, acrescentar o vinho e deixar reduzir bem. Ir colocando caldo para cozinhar o arroz. Como ele leva muuuito tempo, acabei deixando cozinhar mexendo somente de vez em quando. Quando o grão estava um pouco macio, acrescentei a vagem e o alecrim. Deixei cozinhar até ficar no ponto. Acrescentei a pimenta biquinho e a nata. Percebi que o arroz vermelho não solta tanto amido como o arroz arbório. Foi exatamente por isso que coloquei a nata ao final, ela gerou a cremosidade necessária.

Continue lendo >>

2 comentários  

Falando em trocas...

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

Flor de Peônia que desenhei e pintei na oficina da Tiffani

Ontem, o Deva e eu estávamos conversando sobre rede de trocas em função de uma troca de e-mails que ele teve com a Ely Brito. Percebi que poderia fazer deste tema um novo post aqui para o Blog.

Primeiramente, vejo a importância de diferenciar feira de trocas, trocas diretas (clássica) permanentes e trocas eventuais.

Meu primeiro contato com uma feira de trocas foi na 1a. edição do curso Gaia Education que aconteceu aqui no Rio Grande do Sul, em 2009. Montamos uma feira de trocas, com moeda própria (que chamamos cuias), com banco, com lastro e foco na educação. Pela minha experiência, uma feira de trocas pontual como esta deve ter como foco a educação. O ato de trocar, os produtos que colocamos para outros e os que levamos conosco são alegrias consequentes. O dar-se conta do processo econômico é bem mais amplo e duradouro do que os próprios produtos.

Logo após esta feira, montamos uma feira no Casarão do Arvoredo. Para esta edição, foi impresso um folheto que foi entregue para todos os participantes (baseado no material que está linkado no final do post) e oferecemos uma palestra e dinâmica educativa antes de iniciarmos a feira.


Existem feiras regulares, não sei como é a questão educação nessas feiras. Mas, quando destaco a importância do processo educativo, estou ressaltando que ir a uma feira de trocas com a cultura de consumo vigente pode fazer a feira perder o sentido. A questão educação deve ser sempre revisitada, sendo em uma feira pontual ou permanente.

Me deu até vontade de organizar uma nova feira de trocas: com moeda, banco, lastro e palestra/dinâmica educativas. Alguém a fim?

Já as trocas diretas permanentes, para nós, foram um passo além. Nos demos conta do excedente que tínhamos e soubemos de produtos de vizinhos que nos interessavam. Fomos bater à porta deles. Em cada situação o acerto é de uma forma:
1 – Valoramos os nossos produtos com o preço de mercado (moeda corrente) e trocamos leite por ovos. Neste meio tempo, os ovos subiram de preço. Porém, na nossa relação de troca, nada mudou, manteve-se xx ovos por xx litros de leite.
2 – Valoramos o leite e criamos uma conta corrente de trocas com o restaurante Natureza Pura. Parte trocamos por pão e o restante fica em aberto, podendo ser almoço ou produtos da lojinha. Temos um caderninho.
3 – No CEBB trocamos o leite por dinheiro (venda mesmo). Se pensarmos bem, não deixa de ser uma troca, pois dinheiro também é energia. Porém, por ser troca por dinheiro, há chances dos recursos escoarem. Não entrarei em detalhes, fica pendente para um momento educativo em uma possível Feira de Trocas. Entretanto, mesmo sendo uma venda, mantenho aqui como troca. Não temos venda dos nossos produtos, somente esta, pois contempla uma relação social/ambiental bem mais ampla do que apenas uma relação comercial. Creio que ainda teremos uma troca por produtos... estou torcendo pela safra de aipim. Falei disso na palestra, vide link.

As trocas diretas permanentes nasceram quando foi integralizada a cultura experimentada através da feira do Gaia. Para mim, o processo educativo estabelecido através da feira foi e é muito importante. A revisão do modelo vigente se dá através de uma experiência prática. O que possibilita colocar uma luz direta no modelo atual.

A partir da feira também surgiram as trocas eventuais. Teve uma pessoa que amou meu doce de goiaba e queria muito. Acabamos fazendo uma troca. Semana passada fiz um curso de pintura maravilhoso com minha querida amiga Tiffani. Este curso também foi uma troca, já que em dezembro ela participou do Temazcal que fiz aqui no sítio. O exercício de pensar em trocas vendo os talentos de cada um é muito bacana.

Muitas vezes, os talentos que ficam marginais na vida das pessoas ganham força quando reconhecidos nos ambientes de troca justa. Meus produtos culinários sempre fizeram sucesso nas feiras, muito mais do que consultorias de Web Design, por exemplo. De certa forma, as feiras também foram um incentivo para me dedicar mais à gastronomia. Um talento marginal que foi entrando em cena.

Aqui o link para o material bem bacana que serviu de referência para a feira que organizamos no Casarão do Arvoredo. Boa leitura!

Continue lendo >>

4 comentários  

Faltou laticínios... reflexos da seca!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

O que Fukushima tem a ver comigo?
O que um terremoto no México tem a ver comigo?
O que deslizamentos no RJ têm a ver comigo? E em SC?
O que a seca no RS tem a ver comigo?

Pois é, sempre deixamos claro que nosso foco não é mudar o mundo, nem mesmo melhorá-lo. Não temos estas pretensões, nem mesmo a intenção... Nosso foco tem sido o retorno ao simples, o viver em ciclos mais inteligentes que gerem menos arestas, menos resíduos. Um olhar mais amplo para os modelos lineares atualmente estabelecidos e o convite para experimentar novas formas de adentrar nestes modelos. Simples, bem simples... Porém, quando visito as perguntas acima, verifico que, vivendo no ambiente urbano, nada disso me tocava diretamente. Talvez através de alguma alta nos preços de produtos impactados pela situação ambiental. Talvez.

Nos últimos dias, tenho me deparado com o impacto direto. A seca tem ocasionado algumas novidades aqui no sítio. Formigas voltaram à horta, em alguns canteiros e detonaram algumas mudas. Os tomateiros pararam a produção um pouco antes do normal. As ramas de aipim não vingaram. E a 'Ming Ao' está dando menos leite. Esse talvez seja o impacto mais sentido, pois o leite, além de estar em menos quantidade, está com pouca gordura. Estou sem leite para queijo/ricota e sem gordura para manteiga e ghee. Consigo fazer apenas o iogurte e usar leite na cozinha in natura.

Como o sítio fica próximo à capital e Porto Alegre conta com excelentes feiras ecológicas, a diminuição de leite da 'Ming Ao' poderia ser substituída por laticínios orgânicos adquiridos na feira. Fui bem feliz comprar arroz vermelho biodinâmico, farinha integral, erva-mate, shoyu orgânico, açúcar mascavo e laticínios.

Triste informação: dos laticínios, consegui somente o queijo. A manteiga, a nata e o ghee estão em compasso de espera. Espera pela chuva... A seca bateu na porta do “Sítio Pé na Terra”.

Isso me gerou uma série de novas perguntas para lançar aqui no blog.

Creio que nos tempos da minha avó, quando intempéries afetavam a produção, o resultado era abrir mão do produto no dia a dia. Isso faz sentido?

Hoje em dia não há a necessidade deste “abrir mão”, afinal, todos os produtos estão disponíveis no supermercado ininterruptamente. A seca nem é percebida. Talvez pela grama sedenta ou pelos noticiários da Globo. Talvez. Mas nada que afete a mesa ou a geladeira. A nova pergunta que me ocorreu para lançar aqui é: a custo de quê? A custo de que a geladeira e a mesa ficam intactas?
Será a custo de transporte de longas distâncias e armazenamento? Será a custo de animais confinados, abastecidos com ração, dando leite 24x7 (24 horas – 07 dias da semana) ligados à ordenhadeiras elétricas?

Se os produtores orgânicos não estão conseguindo produzir, qual mágica é feita para garantir o produto? Confesso que, para mim, não há nenhuma mágica, são apenas processos com grandes impactos ambientais e/ou econômicos e/ou sociais.

Quando eu volto para minhas primeiras 05 perguntas do texto, dando um zoom e vendo a Terra como Carl Sagan descreveu (um pálido ponto azul, ou seja, uma ilha), tenho a nítida clareza de que, como pedrinhas no lago, todos os eventos citados geram ondinhas e reverberam para todos os lados. Contudo, nada como a experiência direta e a possibilidade de ação direta. Deixo as 04 primeiras perguntas de lado e foco-me na quinta. A seca me impacta, a seca impacta a comunidade onde estou inserida, a seca cria uma situação vulnerável para muitos.

O tema remuneração dos pequenos produtores tem nos inquietado. Temos estudado o Fair Trade (comércio justo) e temos precificado alguns dos nossos produtos (mesmo que não sejam para venda). Fica cada vez mais claro a necessidade de garantir o sustento dos verdadeiros heróis da atualidade. Aqueles que garantem o alimento de qualidade à nossa mesa.

Fui à feira, não pude comprar os laticínios que queria. Porém, deixei o valor destinado a eles por lá, em produtos que não estavam na minha lista.

O desafio está em abrir mão desses produtos no nosso dia a dia até a seca passar.
Reconheço, ainda não consegui. Não resisti, fui ao supermercado e comprei uma manteiga e um pote de nata. Caprichos do mundo moderno.

Como diz Zygmunt Bauman, estamos vivendo um interregno e o que nos aguarda, ninguém sabe...

Ming Ao no verão passado, abundância de leite e pasto!

Continue lendo >>

2 comentários  

Berinjela e abobrinha ao forno

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

Semana passada eu fiz um almoço super especial em Florianópolis na casa do meu querido pai. Ficou delicinha. O cardápio contou com: papillote de peixe espada, arroz vermelho, lentilha germinada com brócolis, purê de batata-doce e berinjela/abobrinha ao forno. Todas as receitas bem fáceis de fazer e servindo como alternativas aos pratos convencionais. Coloco aqui a receita da berinjela/abobrinha, aproveitando a grande oferta na atual estação.


Berinjela e abobrinha ao forno
  • 02 berinjela
  • 02 abobrinha
  • 02 cebola
  • 01 vidro de molho de tomate orgânico (de 500ml)
  • 04 dentes de alho
  • Azeite de Oliva
Corte e lave a berinjela e a abobrinha. Coloque em um pirex untado com azeite, cubra com papel alumínio e leve ao forno. Enquanto começam a cozinhar, pique a cebola e o alho.

Refogar o alho em um fio de azeite de oliva e colocar o molho de tomate para reduzir e engrossar.

Depois de uns 20 minutos, retire a berinjela do forno, tire a água que estiver no fundo do prato, junte a cebola e deixe assar ainda coberto com papel alumínio por uns 10 minutos.

Tempere com sal, junte o molho de tomate e azeite e leve de volta ao forno por mais 10 minutos. Nesta hora pode colocar anchovas, azeitonas, orégano (o que o paladar desejar).

Retire do forno outra vez mexa misturando bem para cozinhar por igual. Leve de volta ao forno por mais 15 minutos sem o papel alumínio para finalizar.

Continue lendo >>

2 comentários  

Palestra em 29/12/2011 no CEBB Viamão

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

Compartilho o vídeo com a participação no evento "108 horas de paz" que aconteceu no CEBB Caminho do Meio, em Viamão/RS, entre os dias 28 e 30 de dezembro.

O tema geral do evento foi saúde e o tema específico da palestra foi "Vida Harmônica e Natural". Foi bem bacana!


Continue lendo >>

0 comentários  

Saúde + Alimentação = Saúde Integral

sábado, 7 de janeiro de 2012

Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook

No dia 29/12/11 eu participei de um painel dentro de um evento sobre saúde. No painel eu deveria falar especificamente sobre Vida Harmônica e Natural dentro do tema proposto. Como não poderia ser diferente, eu falei sobre a nossa experiência no sitio. Saúde do corpo, dentro do nosso modelo de vida, vem como consequência.


O nosso movimento não foi buscar uma boa alimentação. Tiramos o foco dos objetos e passamos a observar os ciclos onde estes objetos estão inseridos. Inevitavelmente, não mais enxergamos o consumo como um fluxo linear e, sim, circular.

Quando observamos estes fluxos, passa a ser impossível consumir desenfreadamente, passa a ser impossível consumir produtos que impactem ambientalmente, impossível consumir produtos que venham de modelos sociais desumanos. E o contrário vira regra, o desenvolvimento da cadeia local é necessário, o cuidado com a terra é vital, a produção agroecológica ganha status de prioridade máxima. E fica evidente que corpo humano não está separado do ambiente que o cerca. Por consequência, saúde também não. Economia é saúde. Relações sociais é saúde. Meio ambiente é saúde.

Depois do dia 29, alguns livros específicos de alimentação e saúde do corpo caíram na minha mão. Vou lendo os livros e vou sentindo-me íntima de cada autor. O que escrevem faz tanto sentido, ressoa com o que temos vivido no sítio.

Um desses livros é sobre uma das principais doenças da nossa era: o câncer. Se há 20 anos atrás a maioria das pessoas não tinha muitos amigos e parentes próximos acometidos de câncer, hoje a regra é outra, muitos amigos e parentes têm que lidar com esta doença. Para quem vive ou viveu algo assim, indico o livro do escritor David Servan-Schreiber, chamado "Anticâncer – prevenir e vencer usando nossas defesas naturais". De certa forma, ele embasa o que fazemos intuitivamente no sítio.

Ele fala do açúcar, dos refinados, das gorduras trans, dos óleos vegetais extraídos sob pressão e calor, dos químicos nos alimentos. Tudo isso estando relacionado com as causas do câncer. E com bons embasamentos teóricos. Até aí nada de muito novo para mim. Porém, ele traz um tema de importante relevância: os processos produtivos das carnes e seus derivados (laticínios, ovos...). Ele fala da relação OMEGA 3 X OMEGA 6 e da importância da pastagem na vida dos animais para que a relação entre os dois seja equilibrada. Caso contrário, a ingestão de Omega 6 é muito maior. Conforme o autor coloca, a relação entre os dois tipos de Omega tem ligação direta com a epidemia de câncer no mundo. Para mim, isso faz o maior sentido.

Ele fala desta relação como tendo influência no índice de obesos na população norte-americana. Nossa experiência comprova isso, mesmo comendo carne e derivados de leite, mesmo cozinhando com ghee, mesmo não fazendo nenhum controle, estamos mais magros e mais saudáveis.Porém, ele destaca que não basta o produto ser orgânico, deve ser de animal que pasta. Não adianta comer ovos de galinhas confinadas alimentadas com grãos orgânicos, é necessário o inseto, a graminha, a minhoca na alimentação da galinha. A terra dará o Omega 3 necessário.

Quando me deparo com este tipo de autor, com este tipo de lucidez, me sinto mais forte para seguir com o que estamos fazendo, mesmo que muitas vezes pareçamos meio insanos.

Continue lendo >>

7 comentários  

Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...