Nossa, o blog realmente está por si. Entro nele de vez em quando para ver se algum post apareceu sozinho, mas esse milagre nunca acontece... o blog é bem diferente da horta, do pomar, que têm uma capacidade enorme de me surpreender! Hoje vi uma borboleta branca, com traços pretos e um pequeno detalhe vermelho, impressionantemente linda, parecia uma pintura zen! Queria compartilhar aqui, mas entre buscar a máquina e ficar admirando-a escolhi a segunda opção.
O trabalho aqui no sítio está pegando: a caseira está de férias desde o dia 20/12, a Ming-Ao não tira férias (nem aos domingos) e a horta está no seu ápice – muitos tomates, pepinos, acerolas, pimentões, abobrinhas, peras... Já produzimos bastante coisas para o inverno 2011, estamos comendo muita salada e de vez em quando rola um mergulho na piscina. Com tudo isso, o blog entra no seu inverno, aquele período de hibernação onde o que foi consumido anteriormente vai devagarinho sendo ruminado e digerido! Ufa! Ainda bem que blogs hibernam!
De qualquer forma, estou aqui para escrever um pouquinho, enquanto uma chuvinha boa cai lá fora refrescando cada cantinho do Arupa!
Temos olhando para essa experiência de produzir o que consumimos! Ao contrário do que acreditei, as respostas não vêm óbvias, pelo contrário, elas me trazem mais perguntas. Será que existe fluxo perfeito? Ou melhor, será que algum realmente não o é? Novamente, acho que fico com a segunda opção, todos são!
Dentro desta brincadeira toda, estamos questionando o leite que a Ming-Ao nos dá todos os dias, ele realmente é demais para nós. Estamos trocando alguns litros com os vizinhos, mas ainda é pouco para o que ela produz. Oferecemos para alguns conhecidos para ampliar a rede de trocas e as formas de fluxos, mas o real interesse ainda parece-me distante... na palavra, tudo cabe; na ação, o furo é mais embaixo! A responsabilidade, o abrir mão do delegar e da comodidade acabam pesando e o inverso a isso fala mais alto. Sem problemas, ficamos com o leite conosco e, por enquanto, não deixamos a peteca cair, a produção de queijo tem sido intensa (a cada dois dias um novo quilo aparece na nossa cozinha) e temos bastante manteiga. O bom desses produtos é que duram bastante, quando começam a ficar rançosos viram biscoitinhos... para alegria da criançada (mesmo as de mais de 50 anos!).
Este post tem um mixto de saudades do blog, nostalgia intrínseca de um período de hibernação invernoso, desabafo e ventilar de ideias... Dentro do ventilar de ideias surgiu uma nova possibilidade. Entrei em contato com um blog via o Vítor, do Blog qualidade de vida, onde um pessoal de MG está produzindo doce de leite orgânico para vender, é o único produto deles. Essa ideia está me cutucando, pois o doce de leite não gera soro em excesso, tem boa durabilidade, é gostoso e eu curto fazer. Quem sabe seja uma opção de honrar o nosso leite de cada dia, ou melhor, o leite da Ming-Ao de cada dia. A ideia é comprar o açúcar orgânico da Native em grande quantidade e fazer uma experiência. Afinal, todos que provam o nosso doce de leite querem repetir, e muitos dizem que querem comprar.
Lanço aqui esta ideia para ventilar e pergunto, o que vocês acham?
Talvez o complicado do leite, a não homogeneização e a pouca durabilidade, possa ser suprido pelas facilidades do doce de leite – crianças que não curtiram o leite integral natural adoraram o doce de leite, sem contar que a durabilidade dele é bem maior. Quem sabe?!
De qualquer forma, ainda fico com a segunda opção: todos os fluxos são perfeitos, simplesmente pelo fato de estarem acontecendo! Pura pretensão achar algo contrário... e dentro desta perfeição, em meio às borboletas azuis apareceu uma borboleta zen! Em meio à produção de leite aparecem novas ideias! Quem sabe?!
Atualizando: Eu havia entrado no blog que faz o doce de leite e escrito um comentário com o endereço do nosso blog anexado. Agora, a Camila escreveu um carinhoso comentário aqui, confesso que terminei de ler o comentário muito emocionada pela disponibilidade dela em compartilhar a sua história e experiência. Para quem quiser saber mais deles o link do blog é: http://sabordamantiqueira.blogspot.com/. Camila, obrigada!
Atualizando: Eu havia entrado no blog que faz o doce de leite e escrito um comentário com o endereço do nosso blog anexado. Agora, a Camila escreveu um carinhoso comentário aqui, confesso que terminei de ler o comentário muito emocionada pela disponibilidade dela em compartilhar a sua história e experiência. Para quem quiser saber mais deles o link do blog é: http://sabordamantiqueira.blogspot.com/. Camila, obrigada!
6 comentários:
Boa noite,
Fiquei feliz com o post no meu blog. Por incrível que pareça, tb começamos com um vaca jersey, a Estimada, que até hj nos presenteia com seu leite gordo. Hj temos 10 vacas no total, 9 girolandas. Sou eu e meu marido que tiramos o leite e fazemos o doce, mas tem que ter pique, pq como vc disse, as vacas não tiram férias e fazer doce todo dia é cansativo...
Mas vale a pena e as pessoas realmente sentem a diferença entre esse e os doces tradicionais.
Usamos uma "mexerola", que é uma panela de 40 litros (mas cabe 30 por causa da fervura), que tem um motorzinho com espátulas para mexer o doce sem parar. Isto é importante para o doce ficar homogêneo e sem grumos, com uma textura lisinha.
Uso 20% de açúcar em relação aos litros de leite e faço um cálculo do bicabornato, para baixar a acidez. Meu marido mede a acidez do leite pegando uma amostra (10 ml)com uns reagentes de química. Para vender tem que ter este controle, tive que correr atrás de um esquema mais profissional mas não a ponto de ter uma indústria. Mas se vc tiver uma boa rede de venda e trocas perto, talvez não precise de tanto rigor.
O açúcar compro de sacos de 25 kilos para sair mais barato.
Modéstia à parte, o doce é bem suave, não enjoativo e de fato, assim como o seu, as pessoas gostam muito.
Te desejo boa sorte na empreita e estou à disposição para trocar idéias!
Bom trabalho para vcs aí!
Abraço,
Camila
Muito legal a sua postagem....cheguei de viagem hj e estou começando a conhecer o seu trabalho!!!bjcas
Monique! Seja bem-vinda! Teu trabalho também é bárbaro, parabéns! Tenho acompanhado teus posts no facebook! Fico contente em me deparar com pessoa assim!
Póps,
Que idéia é esta de o blog hibernar e invernar, de saudades do blog e nostalgia? Não estás pensando em parar de escrever, eu espero?!
Todos os dias passo pela forma de forma e me delicio com tudo o que vejo ou leio. Morro de inveja de não poder estar em Porto Alegre para poder entrar no vosso fluxo e nas trocas.
O inverno também faz parte do fluxo e ele não para, não é estático. Portanto nada de hibernar!!!!
Beijos
Dijá
Dijá, querida! Fico muito feliz com o teu comentário!! Não, não estou pensando em parar de escrever, apenas tenho me dedicado menos ao blog, fiquei vários dias sem conseguir tempo para escrever e por isso ele andou meio parado.... apenas isso. Um fluxo mais calmo aqui e mais agitado na cozinha, mas SIM, um fluxo! Quem sabe conseguimos marcar uma vinda tua aqui na próxima vez que atravessares o Atlântico! Afinal, agora já sabes onde fica e que o acesso é bem fácil! Beijo grande querida e vamos falando, estamos quase chegando no dia 18, e lá se vão alguns anos de formadas :)
Olá!
Pois é, vamos trocando figurinhas...
Já morei no sul, 5 anos em Floripa. Nessa região tem mais redes de troca, o que acho ideal para quem vive na roça (como chamamos aqui!), já que é tudo tão farto. Aqui em Minas, isto ainda está engatinhando, mas sinceramente, preferiria algo assim do que ter que comercializar meu produto. Há uma linha muito tênue entre ecologia e ultra capitalismo e o sistema sempre quer que transformemos aquilo que fazemos de coração, assim como suas deliciosas receitinhas, em superprodução em escala. Tô tentanto fugir disto, muito atenta para não cair nas armadilhas!
Grande abraço, vamos nos comunicando!
Camila
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