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Lentilha do Ano Novo

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

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Semana passada gravei um programa com 04 receitas com lentilha para o Ano Novo. A idéia é apresentar novas formas de oferecer o tradicional prato que sempre é associado à prosperidade.

Peguei algumas imagens do vídeo para ilustrar o post. A resolução deixa a desejar, mas funciona. Querendo ver melhor, basta ver o vídeo.



Fiz a lentilha germinada e a partir dela quatro pratos, sendo:
  • Entrada
  • Salada
  • Acompanhamento
  • Prato Principal
Para germinar a lentilha, o processo já foi explicado aqui.

OBSERVAÇÃO: Importante é esclarecer que para a germinação em um vidro de conserva, deve-se usar 1/2 xícara de lentilha (e não 02 como foi apresentado), pois a lentilha cresce bastante e ocupa lugar no vidro.

Receitas:
Entrada
Bruschetas de ricota, tomate e lentilha germinada
(04 a 08 unidades – depende do pão)
• Fatias de pão ou torrada (orgânico, de Viamão)
• 01 tomate bem maduro picado (orgânico, daqui do sítio)
• 100 gr de ricota (orgânico, daqui do sítio)
• 01 colh de sopa de iogurte natural (orgânico, daqui do sítio)
• 01 colh de sopa de cebolinha picada (orgânico, daqui do sítio)
• 02 colh de azeite de oliva
• Sal marinho
• Pimenta do reino
• 04 colh de sopa lentilha germinada (orgânico, da serra gaúcha)
• Finalizar com um fio de azeite

Modo de fazer
• Esmagar a ricota com garfo, acrescentar o iogurte, azeite de oliva, sal e cebolinha
• Dispor as fatias de pão em um prato, cobrir com a pasta de ricota, colocar uma porção de tomate picado em cima, uma colher de lentilha germinada e finalizar com um fio de azeite de oliva.

Salada
Salada de lentilha germinada com molho de mostarda dijon
04 porções
• 02 xícaras de lentilha germinada (orgânico, da serra gaúcha)
• 01 tomate picado (orgânico, daqui do sítio)
• 01 ou 02 cenoura ralada (orgânico, daqui do sítio)
• ½ cebola picadinha (orgânico, daqui do sítio)
• 06 nozes pecans picadas grosseiramente (da serra gaúcha)
• flores comestíveis: amor perfeito e cravina (orgânico, daqui do sítio)
Molho
• 01 colh de sopa de vinagre de maça (orgânico, de Viamão)
• 01 colh de chá de mostarda dijon
• Sal marinho
• 03 colh de azeite de oliva

Modo de fazer
• Colocar o vinagre, a mostarda e o sal em um bowl. Com o batedor, colocar o azeite aos poucos emulsionando até engrossar levemente
• Misturar os ingredientes da salada, acrescentar o molho misturando bem.
• Servir e finalizar com fio de azeite de oliva e flores comestíveis

Acompanhamento
Refogado de lentilha germinada com alho poró e alecrim
04 porções
• 02 xícaras de lentilha germinada (orgânico, da serra gaúcha)
• 01 alho poró grande (orgânico, daqui do sítio)
• 01 colh de sopa de alecrim (orgânico, daqui do sítio)
• Sal marinho
• 02 colh de sopa de gergelim
• 02 colh de sopa de óleo de girassol

Modo de fazer
Aquecer o óleo em uma frigideira, acrescentar o alho poró. Refogar por um minutinho. Acrescentar a lentilha, o alecrim e o sal e refogar por 05 minutos. Servir e finalizar com o gergelim preto.

Prato principal
Charque desfiado com lentilha germinada
04 porções
• 02 xícaras de lentilha germinada (orgânico, da serra gaúcha)
• 250 gramas de charque dessalgado, cozido, limpo e desfiado (orgânico, do sul do estado)
• 01 cebola picada (orgânico, daqui do sítio)
• 02 colh de sopa de ghee ou manteiga clarificada (orgânico, daqui do sítio)
• Sal marinho
• folhas de beldroega (orgânico, daqui do sítio)

Modo de fazer
Aquecer o ghee, acrescentar a cebola e refogar até ficar transparente. Acrescentar o charque desfiado e cozinhar por um minutinho. Colocar a lentilha, verificar o sal e refogar por 05 minutos. Servir com farofa ou puré de abóbora e finalizar com folhas de beldroega.

O Link para as receitas na página do Canal Rural está aqui.

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Banca do Senac trazendo presentes: Receita de uma deliciosa torta de frutas secas. Excelente dica para as festas de fim de ano!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

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Conforme escrevi aqui, este ano eu fiz o curso Cozinheiro Básico do Senac. Sou uma fã de carteirinha do curso e tenho um orgulho enorme de dizer que sou uma cozinheira formada pelo Senac.

Neste fim de ano, tive a honra de ser convidada para fazer parte da banca avaliadora dos trabalhos finais dos grupos que terminaram o curso (link aqui para quem quiser ver o meu trabalho). É muito legal experimentar outro papel em um mesmo cenário, brincar com os personagens que a vida nos apresenta.

Voltar ao Senac é sempre uma festa, gosto tanto de lá, me sinto tão em casa que sempre fico me enrolando para ir embora. A troca com pessoas como os professores Marcus Monteiro (orientador da banca de ontem), Gabriel Rossi (meu orientador do ravióli de aipim), Marcus Jiorge e Mamadou (meus professores em sala de aula) é sempre muito boa. Amizade permeia a relação e amplia possibilidades para todos os lados.

Li, recentemente, no blog “Cozinheiro Viajante” (veja aqui) sobre a união dos profissionais da gastronomia espanhola. Este artigo também dá uma pincelada sobre a união dos profissionais aqui do Brasil.

Quando falo em sustentabilidade não há como não falar em abundância e circulação. Quando falo em sustentabilidade social, também está contemplado as relações de forma circular, positiva e abundante. É isso que sinto quando estou com meus queridos mestres e amigos do Senac. Não há espaço para vaidades, não há espaço para destaques individuais. Estamos todos no mesmo barco navegando nas ondas da gastronomia, do resgate de cultura, da busca de produtos sem impactos, da troca. É assim... no Senac me sinto em casa e agradeço.

Participei de duas bancas este ano, muito bacana: uma de culinária mediterrânea e outra de culinária da Grã -Bretanha. Ontem foi esta segunda. E tive a como parceiros de banca o Carlos, que tem vasta experiência em gastronomia e hoje dá aulas na Universidade do Senac e o Felippe Sica, com quem troco boas figurinhas virtuais e, assim como eu, compartilha saberes via rede (veja o novo site dele recém saído do forno).

O grupo e suas preparações: Ulisses, Marcus Monteiro (professor orientador da dupla) e Douglas

Confesso que não conheço a culinária da Grã-Bretanha e tinha uma boa dose de desinteresse (até mesmo em função da quantidade de batatas e frituras que normalmente representam esta culinária). Fui positivamente surpreendida. Saí muito feliz! Nenhuma fritura, nenhuma batata. Pelo contrário, um cardápio diversificado e saboroso. O grupo está de parabéns. Douglas Machado, parabéns! Ulisses Guedes, parabéns! Saí da banca com gostinho de quero mais, saí com vontade de saber um pouco mais sobre esta cozinha. Abaixo o cardápio completo:

Entrada: Salada celestial de salmão – uma salada super refrescante de salmão defumado com funcho e pepino. Leve e marcante!

Prato principal: Coelho ao molho de mel e limão acompanhado de risoto escocês – delícia de molho do coelho e o risoto foi feito com cevadinha no lugar do arroz. Uma maravilha! Sou super fã da cevadinha, adorei!

Sobremesa: Torta Ecclefechan – Uma delícia de torta de frutas secas com nata. Delícia mesmo! Fiquei fã!

A Torta Ecclefechan é com frutas secas, bem cabível em uma ceia de Natal. Pedi a receita! Ganhei o trabalho todo deles, com todas as fichas técnicas, um carinho do grupo. Mais uma certeza de que a gastronomia do RS se baseia no compartilhar e na troca – sustentabilidade social. Muito bacana! Pedi autorização do Ulisses para compartilhar aqui no blog, o que foi prontamente aceito. Então, fica a dica de uma deliciosa torta com frutas secas. Eu fiz algumas adaptações, ou por falta de ingrediente, ou por querer um pitada da nossa cultura local.


Torta Ecclefechan – ao lado de cada ingrediente destaco a origem e qual alteração fiz.
Rendeu 10 tortinhas.
  • 150 gr de farinha de trigo (da feira ecológica)
  • 150 gr de manteiga (do supermercado)
  • Uma pitada de sal (marinho da feira)
  • 50 ml de whisky (usei cachaça brasileira orgânica)
  • 100 gr de açúcar mascavo (da feira ecológica)
  • 01 ovo (orgânico do vizinho)
  • 100 ml de melado (não usei, pois não tinha)
  • 150 gr de nata (do supermercado)
  • 75 gr de passas de uva (do supermercado)
  • 75 gr de groselha seca (coloquei 150 gr de passas de uva)
  • 75 gr de nozes (usei pecãs da serra gaúcha)
  • 01 limão (do mercadinho da esquina)
  • 40 gr de açúcar (cristal orgânico do supermercado)
  • 30 gr de gengibre (da feira ecológica)
  • Raspas de 01 laranja (coloquei no lugar uma colh de sopa de geléia de laranja azeda orgânica que ganhei do vizinho) 
Massa
Peneirar a farinha, acrescentar metade da manteiga, metade do whisky, pitada de sal e amassar com as pontas dos dedos sem sovar.
Reservar na geladeira por 15 min

Recheio
Picar as frutas secas
Misturar metade a nata, o restante da manteiga, um ovo, o açúcar mascavo e as raspas de laranja

Finalizando
Forrar forminhas de tortas com a massa. Fazer furos com um garfo e assar em forno a 180 graus por 04 a 06 minutos. Rechear e levar ao forno para dourar.
Preparar um xarope com o gengibre, o limão e o açúcar
Servir a torta com nata batida, o xarope e melado.
Meu toque final: finalizei com raspas de limão

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Enquanto a água não vem, ela entra em evidência!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

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A vida aqui no Arupa é cheia de ondas, me dá a certeza de que moro no oceano.

No ano passado quase me afoguei com as ondas de leite que chegavam todo o dia na cozinha. Hoje, as ondas de tomates e cebolas estão me dando bons caldos e molhos também (ainda bem). Tudo isso para justificar minha ausência aqui no blog.

Volto por um motivo de força maior. Tenho um montão de coisas para cozinhar, pois no sábado teremos um evento aqui (veja aqui). Porém, estou impossibilitada - desde às 9h estamos sem água.

Neste ano de 2011, a água foi um personagem marcante por aqui. Tivemos um inverno chuvoso e úmido e estamos entrando em um verão seco, bem seco. Eu não sei se estes fatos estão relacionados com as mudanças climáticas, com o efeito estufa, com o carbono em excesso... e nem vou entrar nesses méritos.

Mas uma coisa tem me cutucado cada vez mais. O manejo inteligente e local dos recursos é indispensável. Escrevi, recentemente, o texto sobre Fernando de Noronha (veja aqui). Estou sentindo Arupa um pouco como Fernando de Noronha. Se a seca continuar teremos que usar água da CORSAN para dar de beber para a Ming Ao. Isso me causa desconforto! Usar na casa já é estranho, o que dizer de usar na horta e jardim... E o leite da Ming Ao vai diminuindo, o pasto secando e a comida dela rareando...

Por outro lado, estou tendo que fazer conserva com toda a onda de cebolas que invadiu a cozinha. Pois, com o inverno chuvoso, as cebolas pegaram muita umidade e agora estão apodrecendo.

Como os produtores lidam com tantos imprevistos? Como o imprevistos são computados no custo da produção? Será que há profissão com mais risco do que a de produtor agrícola? Se eu fosse fazer um estudo de viabilidade econômica de um projeto de produção agrícola, definitivamente o percentual de riscos seria altíssimo. É um projeto que, literalmente, está a mercê de intempéries. Você já havia pensado nisso?

Há que ter coragem! Há que ser empreendedor! Há que ser valorizado!

Água, água, bem de todos. Falam em escassez dela. Mas, de onde olho, a escassez não é de água e sim de inteligência humana. Precisamos de melhores manejos, precisamos de fluxos mais inteligentes, precisamos sair da zona de conforto da torneira e lidar com a possibilidade de criar soluções locais e circulares. Caminhar sobre o pasto seco estalando sob os pés gera um enorme desconforto. Entrar em casa e ligar a torneira... alívio! Acabando a água da torneira sou obrigada a pensar no estalar do pasto e vem a pergunta: porque não fizemos a cisterna durante o inverno? Era tanta chuva que pensar em armazenar água parecia uma bobagem. Como sempre, apenas parecia ser.

Aqui no Arupa os ciclos ficam mais evidentes, como em Fernando de Noronha. Lanço o convite para que você olhe para os ciclos de água que fazem parte da sua vida e responda as seguintes perguntas:

  • Realmente há escassez de água?
  • O fluxos de água na sua vida são lineares ou circulares?
  • Há escassez de inteligência?
E, por aqui, vou começando a trabalhar com as preparações menos dependentes de água até que ela volte a jorrar da torneira trazendo alívio e uma pitada de ilusão.

Compartilho uma foto tirada agora mesmo. Deixamos a grama de lado. Priorizamos a área de produção e os menos dependentes de água. Talvez, depois dessa seca, o jardim no entorno da casa, definitivamente, deixe de ser um gramado. E passe a ser espontâneo trazendo nova estética para a casa, corroborando com o que escrevi no texto "A estética dos jardins: o conceito de estética vai mudando, pelo menos o meu"

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Como valorar o subjetivo? E do subjetivo nasce um Talharim ao Pomodoro Basílico

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

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Estou devagar por aqui... o trabalho no sítio está “pegado”. Ao mesmo tempo que gera muito assuntos para escrever, rouba o tempo...

Ontem passei o dia fazendo mais uma leva de molho de tomate. Em torno de 23 litros de produto acabado que gerou 40 vidros para conservar para o inverno de 2012. Comecei às 8h30 da manhã e fui até a 1h da madrugada de hoje, num processo totalmente artesanal, desde o plantio.


Informações básicas do plantio:
  • Os canteiros são do tipo lasanha. Com folhas secas, humus, cinza, munch de mato (tudo aqui do sítio), garantindo nutrição e umidade.
  • A cobertura de sombrite colocada pelo Deva garante a diminuição da incidência da luz.
  • Os pés são regados com regador - um a um - usando a quantidade de água suficiente sem gastar demais.
  • Eles são amarrados com todo o cuidado e muita conversa (segundo o Deva, os tomateiros são muito frescos, gostam de se atirar e reclamam se um pé ganha mais atenção que outro). O processo de amarração ficou comigo :)
  • A colheita é manual com cuidado para tirar apenas os que estão maduros e alaranjados.
Para produção do molho é um carinho só, desde a lavagem dos tomates, a retirada do ponto onde fica o talinho, a pesagem... Os tomates são todos passados no passa-verduras, exatamente como faziam minhas ancestrais. Este processo não permite a entrada de pele e sementes, mas, ao mesmo tempo, mantém o molho cremoso, sem liquidificar. Paralelo a isso, os vidros são lavados e esterilizados (sem contar o antes, quando os vidros passam pelo processo de retirada de rótulos, pois são vidros reaproveitados que escapam da lixeira de pessoas amigas). Horas de trabalho dedicado. Amo!

Lembrei do texto que a minha querida tia Marisa escreveu resgatando memórias da colônia, quando visitava a família em Caxias do Sul. Link aqui. O sangue corre forte nas veias. Afinal, venho de uma família de Italianos que trabalhava com moinhos de trigo e de milho. Minha adoração por macarronada e polenta é muito bem fudamentada :)

De vez em quando me perguntam se eu vendo estes produtos. Uma pergunta que sobrevoa Arupa. Mas com ela surgem várias outras: Como precificar estes produto? Confesso-me incompetente para isso. Acho que os nossos produtos não são vendáveis. Se eu comparar o resultado final aparente, ele se assemelha (repito, apenas se assemelha) a produtos conhecidos e de mercado. Porém, como mensurar o subjetivo? Este subjetivo é percebido? Este subjetivo é vendável?

Existe no mercado os tomates longa vida (mutantes) criados para manterem-se intactos por mais tempo. Tomates com grandes quantidades de agrotóxicos. E, do meu ponto de vista, sem gosto nenhum. Existe os tomates pelados em latas que chegam algumas vezes a custar R$2,00 na prateleira dos supermercados. Confesso que não consigo fazer esta conta. Como tomates chegam com um valor tão baixo passando pelo processo de plantio, armazenamento, distribuição (na maioria das vezes atravessando fronteiras) e ainda gerando remuneração para todos os envolvidos nesta gigante cadeia? Só contando com custos NÃO computados, assim como o alho chinês que citei aqui. Ainda há os molhos orgânicos que têm um valor de mercado bem mais alto do que os que citei antes.

Para quem me pergunta se vendo molho de tomate, indico o molho orgânico produzido no RS. Temos bons produtores. São processos mais industrializados, porém sem impactos ambientais e sociais. São produtos que remuneram a mão de obra envolvida e aquecem a economia local. Uma matemática fácil de fazer e entender que apresenta o custo real do produto final na prateleira do mercado. Ou na feira, onde sai mais em conta, pois o pagamento é diretamente ao produtor. É um bom exemplo de agro-negócio.

Quanto ao molho super-hiper-ultra artesanal do Arupa, cheio de carinhos e abundância subjetiva e o objetiva, este ficará para o nosso dia a dia e para os eventos que faremos no novíssimo restaurante “em casa” que abriremos a partir de janeiro. Para provar, aguardem.

Enquanto isso, coloco umas fotos do almocinho de hoje. Deixei um pouco do molho separado e resolvi fazer o simples: um talharim caseiro pomodoro basílico.


Para a massa (a receita indica 100gr de farinha por pessoa, mas como o trabalho na horta aqui em casa é pesado e o molho é leve, fiz 150gr, não sobrou nada)
300gr de farinha de trigo (da feira ecológica)
03 ovos (do vizinho)
Sal marinho a gosto (da feira ecológica)

Misturar os ingredientes até a massa ficar homogênea e lisa. Se necessário colocar mais farinha. Abrir no rolo ou na máquina. Cortar talharim na mão ou na máquina.


Para o molho
700 ml de molho de tomate (daqui do sítio)
03 dentes de alho (daqui do sítio)
03 colh de sopa de azeite de oliva (do supermercado)
Sal marinho a gosto (da feira ecológica)
Folhas de manjericão a gosto (daqui do sítio)
Queijo parmesão ralado na hora (do supermercado)

Aquecer o azeite em uma panela. Acrescentar o alho para dourar, cuidado para não queimar. Colocar o molho de tomate e ajustar o sal.

Cozinhar a massa por uns minutinhos em água com óleo e sal. Quando estiver quase pronta, acrescentar parte das folhas do manjericão ao molho. Servir a massa em prato, com o molho por cima, finalizar com folhas frescas e parmesão ralado.

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Você sabe de onde vem o alho que você compra?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

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No verão passado, eu escrevi sobre a emoção de colher cebolas. Uma delícia. Veja aqui.

Este ano fomos além. Plantamos as cebolas, os tomates, pimentões, pepinos, berinjelas, abóboras... e alho. O alho, como a cebola, é bastante usado aqui em casa. Eu e o Deva adoramos.

Nos últimos anos, o alho tem causado um certo impacto em pessoas das nossas relações. Isso porque em um ciclo de sustentabilidade que realizamos em empresas fazemos um exercício que convida a dar um zoom mais atento aos padrões de consumo.

No exercício, a turma é dividida em grupos e convidamos cada grupo a desenhar o ciclo completo de vida de um determinado produto, desde sua origem até seu retorno a esta origem (se é que ele é possível). Trabalhamos com produtos mais complexos - como lata de achocolatado - e produtos mais simples - como o alho.

Normalmente, o grupo que pega o alho acha bem fácil, afinal... terra, transporte, armazenamento, transporte, supermercado, transporte, casa, comida, esgoto... Mas, olhando com atenção o rótulo do alho oferecido, o que parecia óbvio deixa de ser.


Isso mesmo, o alho que entregamos para o exercício vem da China. E isso não ocorre porque escolhemos o pacotinho a dedo. E, sim, pelo fato de que a maioria do alho consumido no Brasil é importado. E do volume importado: parte vem da Argentina, parte da China. Basta olhar com atenção as etiquetas nas gôndolas dos supermercados.

O governo de Santa Catarina tem apresentado os números e a realidade atual imposta. Coloco isso para frisar que Santa Catarina tem um grande número de produtores de alho que estão perdendo espaço para o alho Chinês. Se Santa Catarina é aqui do lado, por que nossos supermercados nos oferecem alho importado? Estranho esse tal ser humano.

Coloco aqui um link para quem quiser aprofundar neste assunto. São os dados de importação de alho do ano de 2010 gerados pela ANAPA – Associação Nacional dos Produtores de Alho.
http://www.anapa.com.br/principal/images/stories/importacoes/importaes_do_ano_de_2010.pdf

Trechos importantes que retiro do texto:
  • “Novo recorde de importações de alho no ano de 2010”
  • “Ano após ano a China está aumentando sua participação na demanda de alhos no Brasil.”
  • “A preocupação sem dúvida é em relação a China que domina o mercado mundial de alho e segundo informações extra-oficiais, indicam aumento na área de cultivo. O incremento na área de plantio na China pode causar uma oferta a mais no mercado de algo como cem milhões de caixas.”

Com o aumento de participação do alho chinês no mercado brasileiro algumas perguntas me surgem:
  • O que acontecerá com os produtores locais?
  • Quais os custos do alho chinês realmente não são considerados para que ele chegue no Brasil mais barato que o produto local? Social? Ambiental? E o transporte?

Outra curiosidade da etiqueta é a frase: “impróprio para plantio”.

Isso significa que o alho é gerado a partir de sementes híbridas (detalhe: a Argentina está plantando com sementes híbridas chinesas), ou seja, sua semente não rebrota. O que acontece é que ela seca e some sem gerar um novo broto. Isso é feito, pois o fato de não rebrotar faz com que a cabeça de alho dure mais tempo e suporte o tempo de transporte e armazenamento necessário para chegar até a casa do consumidor. Por outro lado, é uma semente sem potencial de vida. É estéril, morta.

Fico com as sementes vivas, potenciais! Fico com o alho local! Fico com a cadeia econômica local! E, neste ano, fico com a nossa produção. Não sei quanto tempo durará o que foi plantado, nem em função do consumo, nem em tempo até rebrotar. Estamos aprendendo. Enquanto tiver e der, vou usar. Quando acabar, voltarei a comprar o alho orgânico local.

As cabeças ainda jovens, já dando sabor nas nossas comidas

Para quem não vai à feira, o supermercado vende alho orgânico local. Ele é bem mais caro que o alho híbrido chinês (por questões óbvias). Mas qual o percentual do gasto em alho em seu orçamento total? Por outro lado, qual o impacto em escolher e incentivar a cadeia econômica local? Se você percebe que o percentual é pequeno e o impacto enorme, entre nesta cadeia! E se você curte uma feira orgânica, lá o valor é bem mais em conta. Ou então, faça como nós, plante alho!
Nossa plantação, que conta com umas 60/70 cabeças de alho

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Gazpacho de beterraba com tomate

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

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Amo sopa. No inverno faço frequentemente. Como no verão é impossível tomar uma sopinha quente e estamos enfrentando dias pra lá infernais ultimamente, resolvi inovar. Sopa fria!

Ontem ficamos na horta até umas 20hs, estávamos amarrando os pés de tomate que estão sentindo muito o calor e o vento. Voltamos para casa acalorados e famintos. Eu já tinha deixado o gazpacho encaminhado, era só finalizar e gelar.

Foi um sucesso! Não sobrou nem uma gota para contar história. Ainda bem que as fotos registram o feito. O gazpacho nos dias quentes é super refrescante e serve como uma bela entrada. Além de lindo! Eu, particularmente, adoro a cor do gazpacho. E o mais legal é que foi uma receita com um enorme número de ingredientes daqui e 100% orgânica! Com certeza entrou na lista de receitas frequentes do sítio.

Ingredientes:
  • 01 e 1/2 beterrabas cozidas - daqui do sítio
  • 07 tomates (533gr) sem pele e sem sementes - daqui do sítio
  • 01 cebola pequena (39gr) - daqui do sítio
  • 01 dente de alho pequeno - daqui do sítio
  • Pão orgânico da Iliete (140 gr) - que trocamos por leite da Ming Ao
  • 350 ml da água do cozimento da beterraba bem gelada (foi a quantidade necessária para o cozimento, não sobrou, nem faltou)
  • 02 colh de sopa de vinagre orgânico de maçã (30ml) - da lojinha da Iliete, trocado pelo leite da Ming Ao
  • 03 colh de sopa de azeite de oliva orgânico (45ml) - do supermercado
  • Molho de pimenta a gosto - daqui do sítio
  • Sal marinho a gosto - da feira ecológica

Modo de fazer:
Cortar o pão em pedaços e deixar amolecer um pouco em metade da água da beterraba. Bater no liquidificador. Cortar a cebola e a beterraba em pedaços médios e acrescentar no liquidificador. Colocar o alho, os tomates e demais ingredientes. Ir colocando o restante da água da beterraba até dar o ponto desejado (se faltar líquido, colocar água gelada). Bater até ficar bem homogêneo e aveludado. Acertar os temperos e pronto! Levar para gelar e servir. Simples assim. Finalizei com gergelim tostado. E o Deva comeu com fatias de pão (poderia ser uns croutons).

Dica para tirar a pele e sementes do tomate: ferver um tanto de água. Fazer um "X" com uma faca na bundinha do tomate e colocar na água fervida. Assim que a pele soltar, colocar em água fria. Tirar a pele. Abrir no meio e tirar a semente colocando sobre um coador, solta um bom caldo de tomate que pode ser usado no gazpacho (ver na foto acima como há bastante caldo).

O Gazpacho pode ser feito somente com tomates ou com tomate e pepino, ou pimentão... É uma receita típica da Espanha.

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Vídeos do Arupa no ClicRBS

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

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Recentemente coloquei um post com as imagens das páginas do caderno de gastronomia com a matéria aqui no sítio (veja aqui).

Hoje disponibilizo aqui os vídeos que foram feitos pelo pessoal do grupo RBS:

  • Filmagem no mesmo dia em que foi feita a matéria pela equipe do caderno de gastronomia, no dia 21/10/11.
Link para a origem do vídeo:
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=219499&channel=49

  • Filmagem feita pela equipe do Canal Rural, em duas etapas, dia 06/11/11 e dia 17/11/11. 
Link para a origem do vídeo:
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=1&contentID=224619&channel=99

Bem legais! E deixo aqui para que fiquem registrados!

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Molho de tomates II - garantindo o inverno de 2012

domingo, 27 de novembro de 2011

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Conforme previsto, passei o dia de ontem em companhia dos meus amados tomates. Cheguei de viagem e a gaveta lotada estava me esperando. Mudei um pouco a receita em relação ao que fazia no verão passado (veja aqui). Fiz sem tantos condimentos para ficar mais neutro e tirei pele e sementes. Deu mais trabalho, mas ficou outra qualidade de molho.

Foi iniciada a fase de produção de conservas para 2012!

Ingredientes

  • 13 kg de tomate (daqui do sítio)
  • 05 cebolas médias (daqui do sítio)
  • 1/2 xic de açúcar mascavo (da feira ecológica)
  • 04 colh de sopa de sal marinho (da feira ecológica)
  • Suco de uns 04 limões (daqui do sítio)

Gavetão de tomates, juntamos durante uma semana.

Cebolas que colhemos. Algumas floresceram e ficaram com umidade no caule.
Essas apodrecerão antes, estou usando elas.

 Lavar os tomates, cortar em 04 e levar em uma panela com um dedo de água.

Deixar cozinhar até dar uma amolecida. Como eram muitos tomates, deixei cozinhar por umas duas horas. Com menos quantidade, 20/30 minutos são o suficiente. Detalhe: quanto mais maduro melhor.

Passar os tomates no passa-verduras para separar pele e semente. O passa verdura não faz o molho ficar líquido como o liquidificador, fica mais encorpado. Eu adorei! É a parte mais demorada, mas vale a pena.

Depois de passar toda a polpa pelo passa verduras, fazer um pure com a cebola (ou picar bem miudinho). Levar em uma panela sem óleo e deixar cozinhar uns minutinhos. Acrescentar a polpa de tomate, o açucar e o sal. Eu deixei cozinhar por mais ou menos 1h30 minutos, tirando sempre a espuma que subia, pois esta espuma é acidez que ainda está no molho.

Esterilizar os vidros (como fazer, veja aqui). Colocar uma colher de sopa de suco de limão em cada vidro. Acrescentar o molho por cima, fechar bem e levar em banho-maria por mais uns 35/40 minutos. As tampas estufarão durante este tempo. Retirar do fogo e deixar resfriar naturalmente. Quando frias, as tampas encolhem e ficam bem apertadas.

Produção pronta para armazenamento.

Rendeu 17 vidros de 550 ml e 01 quase cheio. Pretendo fazer mais de 100 vidros de molho para este ano. No ano passado fiz uns 70. Mas se o restaurante rolar, terei que ampliar a produção! :)

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Fernando de Noronha: Paraíso Ecológico X Paraíso Sustentável

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

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Buenas, de volta ao sítio, ainda meio mareada!

Bem bom voltar! Tenho um gavetão cheio de tomates lindos e madurinhos para dar início a produção de molhos para 2012. Tenho apenas um vidro na despensa que veio da produção do verão passado! Exato o tempo entre uma produção e outra. Delícia!

Contudo, não é sobre isso que escreverei hoje. Estive uns dias sumida, pois saímos de férias por 05 dias. Fomos para o inegável paraíso de Fernando de Noronha. Escreverei mais uma vez sobre ambivalência. A ambivalência que senti ao adentrar no arquipélago.

Foto que tiramos ainda no avião

Ficamos 05 dias na ilha e voltei com muitas perguntas. O arquipélago é composto por 21 ilhas, sendo apenas uma habitada. A ilha é um lindo paraíso ecológico onde a maior parte de sua área territorial é mantida como reserva. A área de águas é um espetáculo! Tivemos a oportunidade de mergulhar com tartarugas, peixes, polvos, lagostas, arraias, até mesmo tubarões. Sim, tubarões! É bem bacana chegar perto desses animais. Porém, de certa forma, me senti um pouco intrusa. Algo como “um peixe fora d'água” ao contrário.
Legítimo peixe fora d'água ao contrário!

Fernando de Noronha desperta alguns sentimentos. O povo, pelo que conheci, é muito querido e hospitaleiro, tive gratas surpresas. As praias são um desbunde de tão lindas, a diversidade terrestre e marinha são impressionantes. Sentimentos de alegria, deslumbramento e dúvidas. Sim, lá vem as danadas das perguntas...
Olha a cara de quem tinha muitas perguntas...

A impressão que fiquei é de que a ilha é um ambiente sustentável para quase todas as espécies que vivem lá. É lindo de ver a possibilidade da flora e da fauna se desenvolverem. Ver um número enorme de tartarugas, mabuyas, pássaros, peixes - e muito mais - crescendo e vivendo por lá.
Uma das mabuyas que moravam no nosso quarto.

E porque digo que é sustentável para quase todas as espécies?
Não é sustentável para a espécie humana!

Alguns dados:
  • A energia elétrica da ilha é toda fornecida por geradores à diesel. O diesel vem todo de Recife.
  • A água potável para consumo geral é derivada em pequena parte de um açude e em grande parte de uma usina de dessalinização. Nós fomos visitar a usina e o processo é muito legal. Porém, o custo da água é subsidiado. E detalhe, a usina é movida a energia elétrica que, por sua vez, é dependente do diesel externo.
Usina de dessalinização
  • Pelo que nos disseram, água para beber para os moradores vem de uma fonte de água potável que é distribuída através de fichas. A água para beber dos turistas vem engarrafada, em sua grande maioria em pequenas garrafas de 500ml da empresa Indaiá da Paraíba.
A primeira garrafa que compramos tinha 1,5lts.
Depois conseguimos uma de 10lts que usávamos para abastecer nossas garrafinhas de inox.
  • Os alimentos vem de balsa de Recife (antes de Recife não sabemos). Alimento local somente alguns tipos de peixe e água-de-coco. Isso mesmo!
  • Compramos peras argentinas no supermercado (única fruta que tinha no dia, pois a feira ainda não tinha vindo de Recife, levou mais dois dias para chegar). Depois descobrimos uma mangueira carregada na casa do vizinho, com várias mangas no chão. Como esta árvore, haviam muitas outras por lá (e cajueiros também). Porém, não havia manga a disposição nem para venda. Nos fizemos de loucos e pegamos as mangas que estavam nos galhos que caiam para o nosso terreno. O Deva comia umas 05 por dia e trouxe uns 07 caroços para plantar.
Mangas do vizinho
  • O Tubalhau, prato típico local (filés de tubarão salgados), já não é mais pescado nem salgado por lá. Também vem de Recife.
Tubalhau, batata inglesa, cebola, azeitona... tudo de fora. Mas estava uma delícia!
  • O que vimos foram muitos pacotes, potinhos, garrafinhas, latas, bandejas nos supermercados e locais que forneciam café da manhã. E nos cardápios dos restaurantes camarão, salmão e picanha. Nos contaram de um passeio de barco que oferecia até mesmo churrasco a bordo com direito a pão com alho e picanha.
  • Com este modelo de consumo, obviamente há uma grande geração de resíduos. Fomos visitar a usina de resíduos. Coloco alguns dados que nos deram: 20% do resíduo gerado é orgânico (o maior volume é de casca de coco), este resíduo é todo compostado e fica na ilha sendo usado pela aeronáutica. O restante dos resíduos sofrem uma separação, o que pode ser reciclado já é separado e prensado na ilha mesmo. Este resíduo vai todo para Recife e é vendido. Há uma parte do resíduo que não é nem reciclado, nem compostado, também vai para Recife para um aterro sanitário.
Foto aérea da usina de resíduos - tiramos na chegada sem saber o que era. Esse monte de pontos brancos são os sacos que sairão da ilha.

Resíduos
  • O principal meio de transporte é o Bugue. Impressionante a quantidade de Bugues que vimos por lá, inclusive alugamos um para um dia. Não há quase bicicletas, vi apenas umas 03 durante os 05 dias. O Bugue é movido a gasolina e a gasolina vem de Recife.
  • Não conseguimos visitar a estação de tratamento de esgotos da ilha, mas, pelo que nos disseram, todo o esgoto da ilha é tratado. Vendo a vida marinha do mar no entorno, deve ser isso mesmo. Até porque a população mora em uma área concentrada. A maior parte da ilha é de reserva (70%). Porém, as águas negras e cinzas não são separadas para tratamento e não sabemos como o tratamento é feito nem seus custos. A água que sai ao final do tratamento não é reutilizada e também não sabemos qual o seu destino. Desta forma, não é um ciclo fechado, mais uma vez um modelo linear.
Essas informações podem parecer impressionantes, não é mesmo?! Mas não são um privilégio de Fernando de Noronha. É um modelo bem parecido com o que vivemos nas nossas cidades. Sendo que o tratamento de esgoto e reciclagem de lixo são muito melhores do que a maioria das cidades brasileiras. O que impacta ao ver este modelo em Fernando de Noronha é o fato de ser uma ilha e de ter uma dependência enorme de uma região externa. Se o transporte marítimo colapsasse seria bem complicado.

Do meu ponto de vista, Fernando de Noronha é um paraíso ecológico como poucos! Mas não é um paraíso sustentável para o modelo de vida humano. Com isso faço algumas perguntas: será que o paraíso não é sustentável ou o modelo é que não funciona? Por que é sustentável para as demais espécies?

Ampliando ainda mais a reflexão, façamos o seguinte exercício: a Terra em si é uma ilha, certo? Sendo a Terra uma ilha, podemos usar Fernando de Noronha como um micro exemplo do que é a Terra, ok? Sendo, inclusive, um micro modelo bem otimista (imagine se estivesse usando uma grande metrópole como exemplo). Repare que o modelo de vida do ser humano apresenta-se insustentável nesta ilha, dependendo incessantemente de Recife. Se ampliarmos isso para a Terra, onde está nossa grande Recife? Onde buscaremos os alimentos e combustível fóssil para abastecer este modelo? Pelo que vi por lá, a única espécie que não consegue sobreviver com os recursos disponíveis na ilha é a humana. Desta forma, a última pergunta que sugiro: qual espécie está correndo mais risco com este nosso modelo extrativista/linear de consumo/descarte?

Como falei, voltei de lá com muitas perguntas e sentimentos bem ambivalentes... estranho, quando mais nova eu quis viajar o mundo. Hoje está ficando sem sentido... esvaziando e o voltar para casa uma delícia!

Mas confesso, ficou foi um pequeno desejo de visitar outras ilhas... Cuba, Japão... Quem sabe um dia. Ver pequenas frações em formas de ilhas que representam de forma tão palpável a realidade desta grande nave Mãe. Este olhar sobre uma área menor coloca em uma perspectiva mais mensurável a realidade do nosso modelo. Elucida! Educa!

Mas falando em nave Mãe, dela vieram os tomates que citei lá em cima e é na companhia deles que passarei meu fim de semana. Depois colocarei os resultados aqui.

Tiramos umas 400 fotos da viagem. É tudo tão lindo! Compartilho mais algumas:
Lindezas da vida!

Olha as cores! Amei!

Mangue. Proibido entrar!

Sacadinha do nosso quarto - convite ao descanso!

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A estética dos jardins: o conceito de estética vai mudando, pelo menos o meu

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

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Já falei mais de uma vez aqui no blog da minha atual ambivalência com o jardim ao redor da nossa casa. Vide links aqui e aqui. Hoje li um texto que trata de um assunto relativamente recorrente na minha cachola.

Quando nos mudamos para o sítio, tínhamos caseiros que moravam aqui também (hoje já não temos mais). Nesta época, nossa horta era a metade do que é hoje e produzia bem pouco, não tínhamos vaca, muito menos uma rede de trocas local. Uma das principais atribuições do caseiro era deixar o jardim impecável: a grama sempre aparada, as pedras limpas, as árvores e arbustos podados, as ervas daninhas bem longe daqui. Isso servia para todo o entorno da casa.

Hoje, caminhando pelo jardim, honestamente, a frase que ainda vem é: "que jardim sujo!" Sujo? Como assim? A grama sumiu entre tantas rasteiras estranhas e outras não tão rasteiras assim, as pedras estão intercaladas por arbustos de diversas cores e tamanhos (inclusive a amoreira que citei em um dos artigos acima linkados). 

Já não vejo mais diferença entre o jardim da casa e a área do sítio. Será que isso ocorre porque o jardim está sujo ou porque definitivamente fazemos parte deste ambiente que nos acolheu há seis anos? Ou porque as prioridades mudaram? Estamos sem caseiro e entre cuidar dos tomateiros ou da grama, definitivamente, fico com a primeira opção.

Bom, neste texto que li há uma frase um tanto forte que diz o seguinte: "Cortar a grama é coisa de rico, cuidar de horta é para pobre." Ele fala do modelo norte-americano e resgata a história da nobreza inglesa que ostentava lindos jardins com espetaculares gramados. Link para o texto do Efraim Rodrigues aqui. Vale ler! 

A frase que citei faz sentido, mas o curioso é que realmente valores mudam... sinto-me muito rica em cuidar de uma horta. Sinto-me feliz!

Esses dias recebemos uma visita que foi conhecer a horta com o Deva. Ela comentou que a horta estava um tanto suja. O Deva ficou com uma cara de interrogação, pois simplesmente não acessou o comentário. De onde vejo a horta é linda!

E sobre o jardim, estou aprendendo com ele. E este jardim será o jardim visitado por quem vier comer da nossa comida. E este é o jardim que queremos transformar cada vez mais em área produtiva. Hoje ele já tem goiabeira, acerola, pitangueira, pessegueiro, roseiras, abacaxi do reino, capuchinhas, amoreira silvestre, azaléia, colônia, citronela, amoreira, babosa, agapanthus, limoeiro, uma espiral de ervas, bertalha... e as queridas tanchagem, dente de leão, serralha... Sim, muitas pancs espalhadas no meio do gramado. A grama quase não existe mais. Nada contra a grama, mas a força das espontâneas é incrível! Por que brigar com elas?

Deixo de brigar e devagarito vou experimentando novas formas. Afinal, estamos em Arupa!

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Pão de Queijo II - e um motivo a mais para resgatar um texto :)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

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Um dos meus textos preferidos aqui do blog é o "Antídoto para Normose", de quando em quando dou um jeito de resgatá-lo para estimular a sua re-leitura. Ele foi de dezembro de 2010 e está super atual nesta época do ano em que novamente os tomates e pepinos começar a surgir na nossa horta e cozinha. Link para o texto aqui.

Mas não, não é sobre tomates e pepinos que escreverei. Tenho a sensação que esta paixão pela diversidade me causa um grande sintoma: tenho uma enorme dificuldade de repetir receitas. Não consigo testar as receitas que coloco no blog, pois sempre dou uma mudadinha. Acho que sou uma viciada em novas experiências. A não ser que a receita seja realmente estupenda, insisto em mudar.

Estou há tempos para fazer uma nova leva de pãozinho de queijo, pois tenho (ainda de meses atrás) alguns queijos que fiz e não deram certo. Como reciclar é palavra de ordem, queijo que não dá certo vira pão de queijo aqui no Arupa. O queijo que descongelei é um queijo que ficou ácido demais para comer puro. Então fui pesquisar novas receitas de pão de queijo, pois não queria fazer a mesma que usava no ano passado (link aqui para a antiga)

Sou fã de alguns blogs de culinária (aliás tenho que criar uma lista com as minhas preferências, são boas indicações). Entre eles está o PratoFundo do Vitor Hugo. No blog dele, encontrei muitas dicas para as experiências com sorvetes. E foi também no blog dele que encontrei esta receita de pão de queijo. É um pãozinho maravilhoso! E sim, melhor que a receita que costumava fazer. Tenho a impressão que o segredo desta gostosura toda está na proporção entre o polvilho doce e o azedo... Para o meu paladar, a consistência é perfeita. Fiz algumas mudanças em função do tipo de queijo e o ponto que cheguei com a massa. O Vitor Hugo faz na batedeira, eu fiz na mão, pois fiz receita dupla. E confesso, é uma massa dem chatinha de trabalhar. Mas vale a pena! Link para o post do Vitor Hugo aqui.


Pão de Queijo II
  • 1000 gr de polvilho doce (do supermercado)
  • 600 gr de polvilho azedo (da loja do restaurante Nova Vida em POA)
  • 220 ml de óleo de girassol (do supermercado)
  • 60 gr de manteiga (daqui do sítio)
  • 1100 ml de leite (daqui do sítio)
  • 1100 gr de queijo (aqui do sítio) - foi exatamente o que descongelei, pela receita original seriam 880 gr de minas ou colonial e 440 gr de parmesão.
  • 40 gr de sal marinho (da feira ecológica) - usei meu poder de dedução, pois o Vitor Hugo faz observações a respeito. Deu certo!
  • 06 ovos (do vizinho) - usei bem menos do que o indicado (10 pequenos), pois, apesar de orgânico, eram grandes e a minha receita tinha menos queijo e um queijo úmido. Também deu certo, ficou bem pegajosa!
Seguindo o modo de fazer do Vitor Hugo, porém manual. Em uma bacia, peneirar os polvilhos e misturar o sal. Reservar. Misturar o leite, o óleo e a manteiga, colocar no fogo e deixar ferver. Ir colocando a mistura de leite e óleos sobre os secos aos poucos, mexendo sempre. Esta etapa chama-se escaldar o polvilho. Ir misturando com as mãos, cuidado para não se queimar, pois o óleo com leite é muito quente até obter uma massa uniforme, macia e sedosa. Realmente, fica uma delícia de massa!

Quando a massa ficar morna, acrescentar os ovos, um a um. Esta hora é a mais chata, pois os ovos deslizam sobre a massa parecendo não aderir, tem que ter paciência. Minha sugestão é usar uma mão para amassar e a outra para colocar os ovos (aprendi a abrir o ovo com uma mão apenas, a esquerda, o que faz a necessidade!), pois a mão que está na massa fica muuuuuito melecada, cheia de massa grudada. Quando percebi que a massa já estava bem pegajosa e o queijo não secaria muito, parei com os ovos. Foram 06.

Colocar o queijo. Coloquei metade e incorporei, depois coloquei a outra metade. Como a massa é pegajosa, deve-se untar as mão para fazer as bolinhas. Como não consegui enrolar tudo de uma vez, coloquei a massa um tempo na geladeira (ficou mais ou menos 40 minutos) o que se mostrou uma boa idéia, facilita um pouco para enrolar - como quando fazemos negrinho (ou brigadeiro).

Esta receita rendeu em torno de 290 pãezinhos pequenos, pois gostamos deles assim (ficam mais crocantes). Assei 20 unidades na mesma hora, pode-se ver na foto a maravilha que ficou. Para assar, untar a assadeira ou usar o silpat, distribuir as bolinhas, levar ao forno médio (pré-aquecido em 180°C) por 25-30 minutos.

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Sorvete de Rosas

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

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Esses dias uma amiga comentou no facebook sobre o sorvete de rosas que havia comido. Resolvi ir atrás de receitas e verifiquei que a maioria das que constam na internet são à base de xarope de rosas. Porém, um dos links que achei mostra um tradicional sorvete mexicano feito em Oxaca, a base de leite e pétalas de rosas (link aqui). Resolvi testar. Porém, usei como base o creme anglaise.


Temos muitas rosas aqui no sítio, elas são anteriores a nossa vinda para cá. Provavelmente, foram plantadas pela Fani, ex proprietária daqui. São do tipo de rosas do campo, rosas de casa de vó, roseiras lindas!

Nelas eu apostei o novo sorvete. Além do sorvete de rosas, queria testar sorvetes com os sabores abundantes do sítio. Entre eles, temos o funcho. O danadinho se espalha pela horta que é uma beleza. Fiz os dois e minhas cobaias do domingo gostaram. Não foram os melhores sorvetes que fiz, ainda deverão ser calibrados. Mas sim, ficaram bem gostosos!

O sorvete de rosas ficou mais cremoso, pois fiz com as pétalas que não geram cristais de gelo na base do creme anglaise. Porém, é um sabor novo, na primeira colherada, uma estranheza. Na segunda, uma nova relação se estabelece. Na terceira, um novo prazer. A pétala de rosa, por incrível que pareça, parece-me levemente salgada, imaginei ela em preparações não doces. Fascinante.

O Deva preferiu o de funcho, eu fico com o de rosas e a ambivalência que ele gera no meu paladar. Pois termino de comer o sorvete querendo seguir na experiência. Querendo seguir na investigação daquele ponto de interrogação. Enigmático, por assim dizer!

Apenas um detalhe muito importante, para usar rosas na cozinha, não deve-se usar flores de floriculturas, pois não são próprias para consumo, levam defensivos. Apenas as rosas de casa são confiáveis. E são necessárias muitas rosas, pois 130 gramas de pétalas são muuuuitas pétalas. Fica a dia.

Resolvi testar o sorvete com um pouco mais de leite em relação a base que fiz antes. Estou tentado sorvetes menos gordos. Deu certo.

Mesmo não sendo um sabor unânime, coloco a receita. Para os que gostam de aventuras novas, indico!

Sorvete de rosas do campo
500 ml de leite (daqui do sítio)
300 gramas de nata (do supermercado)
180 gramas de açúcar orgânico (do supermercado)
04 gemas (do vizinho)
Uma pitada de sal marinho (da feira ecológica)
½ fava tonka (da chá &e cia)
130 gramas de pétalas de rosas (daqui do sítio)

Em um panela junte o leite, 90gr de açúcar, o sal, o creme de leite e a fava tonka ralada (como noz moscada) para ferver. Enquanto isso, bata com um fuet as gemas e 90gr de açúcar até ficar uma gemada clara. Coloque um pouco da mistura de leite e nata em cima das gemas batidas para ajustar a temperatura. Coloque as gemas e a mistura de leite em uma panela em fogo baixo, mexendo sempre até engrossar em ponto de nappé (quando passar o dedo atrás da colher que estiver usando o caminho feito ficará intacto, sem escorrer). Processar as pétalas de rosa com uma parte do creme Anglaise até ficar bem batido. Acrescentar o restante do creme, misturar bem para deixar o creme uniforme e levar à geladeira. Depois que estiver bem frio (eu deixo uma noite) bater na sorveteira. Pronto!

E eis que surge mais uma novidade super aromática no Arupa! Beleza!

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Alguns dos meus preferidos: dia de chuva, dia de polenta

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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O Deva não é muito chegado em polenta. Euzinha amo! Vim ao mundo com braços de gringa polenteira, sangue italiano que não nega a origem. Quase nunca faço, mas como tinha uma farinha de milho dando bobeira, aproveitei o tempo fresco para fazer uma ótima combinação. Charque desfiado com minhas queridas lentilhas germinadas sobre uma base de polenta mole. Belezura!

Também comemos uma saladinha especial que tinha o feijão moyashi germinado. Os germinados de hoje são um capítulo a parte. Como já coloquei aqui inúmeras vezes, amo a lentilha. Porém, tenho uma dificuldade enorme de conseguir a danadinha orgânica. Dia desses, comentado sobre isso numa mesa de jantar, uma querida amiga disse que achava que conseguiria, em Caxias do Sul. E não é que conseguiu! A Fabiana Diaz nos presenteou com um pacote de lentilhas orgânicas e um pacote de feijão moyashi também orgânico. Sonhos! Segundo ela, os produtos são cultivados em Ipê (detalhe, mesmo local de onde vem os grãos orgânicos que a Ming Ao come). Assim, fica a dica: é possível conseguir lentilhas orgânicas, não desista.

Foto abaixo da saladinha com o feijão moyashi germinado!


Vamos ao charque. Ah, por falar em charque, estou querendo muito aprender a fazer charque em casa, pois em breve teremos um tantão de carne de gado orgânica. Se alguém souber como faz ou tiver a indicação de onde posso aprender, please, me avisa.

Voltando... destaque para a cebola que usei. Já estamos colhendo cebolas da safra. Agora ficarei muitos meses sem comprar cebolas! Que beleza! Feliz, feliz!


500gr de charque (do supermercado)
02 xícaras de lentilha orgânica germinada (lentilha de Ipê germinada aqui), como fazer
01 colh de sopa de Ghee (daqui do sítio)
01 cebola picada (daqui do sítio)
Salsinha e cebolinhas picadas (daqui do sítio)
01 xic de farinha de milho (do supermercado)
04 xic de caldo de cozimento do charque
01 xic de água para desmanchar a polenta
Sal marinho (da feira ecológica)
Azeite de oliva (do supermercado)
Flores comestíveis - cravinas (daqui do sítio)

Deixar o charque de molho em água por 24 horas, trocando a água umas 03 a 04 vezes neste período. Cozinhar o charque por 20 minutos coberto por água. Escorrer e descartar esta água (que ainda deverá estar salgada). Cozinhar em água até ficar macio. Escorrer guardando o caldo que forma para utilizar para a polenta. Desfiar o charque descartando a gordura e pelancas.

Colocar o caldo do charque para ferver. Desmanchar a farinha em uma xícara de água. Colocar esta mistura aos poucos no caldo em fogo baixo, mexendo para não grudar. Cozinhar o tempo indicado pela marca da farinha (se for pré-cozida é bem rápido, caso contrário é em torno de 30/40 minutos). Ajustar o sal. A polenta começa a soltar do fundo da panela quando está pronta. O caldo de charque dá um sabor super especial.

Derreter o ghee em uma frigideira, dourar a cebola. Acrescentar o charque desfiado e dourar por uns minutos, acrescentar a lentilha e a cebolinha cortada. Ajustar o sal. Assim que a lentilha estiver macia, sem amolecer, desligar o fogo.

Servir no prato uma camada da polenta, uma camada do charque, finalizar com a salsinha, um fio de azeite de oliva e flores.

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Temazcal - voltando um capítulo

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

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Quando começamos a pensar em comprar um sítio (há uns 08 anos trás), um dos motivos aparentes era o fato de que há algum tempo havia recebido as bençãos de temazcaleira e havia começado a compartilhar esta cerimônia.
Temazc... o quê?

Um passo atrás. Entre as vivencias que participei, está a Busca da Visão (ou Vision Quest, como alguns conhecem). A Busca da Visão faz parte das cerimônias desenhadas pelo Caminho Vermelho, o caminho cerimonial dos nativos americanos.

Em uma vida passada, há uns 15 anos atrás, quando tinha uma vida bem urbana, me vi cansada da correria da cidade, cansada do concreto do meu prédio. Acabei conhecendo algumas pessoas muito especiais, entre elas o meu querido amigo Haroldo (Ehekateotl) Vargas e o grupo do Fogo Sagrado do Brasil. Através desse grupo, fui apresentada à cerimônia do Temazcal (ou tenda do suor). Nesta época, o Temazcal colocou muitas coisas em perspectiva e me levou a fazer o que fosse preciso para me tornar uma temazcaleira. Sendo assim, disciplinadamente, subi a Montanha por 33 dias divididos em 04 anos. Fechado o ciclo, vieram as bênçãos (como é chamada a autorização para conduzir cerimônias) de temazcaleira e a possibilidade de estar cada vez mais dentro do que é a representação do ventre da Mãe Terra, a Tenda.

Mas por quê tudo isso agora?

Pois é, a busca por um sítio nasceu também do desejo de ter um local próprio onde pudéssemos compartilhar o Temazcal. E coloco pudéssemos, pois o Temazcal não é apenas da Priya. Ele é do Deva, que sempre trouxe a sabedoria e o amor ao aquecer as pedras que entram pela porta da Tenda. Aliás, o Temazcal não tem dono, de fato...

Mas engraçada é a vida, estranhos os seus desígnios e as formas como as coisas acontecem! Ou a não-forma como as coisas acontecem: Arupa! Inúmeros temazcais aconteceram antes de existir o Arupa como ele é hoje.

Parece-me que aquele desejo de vida, de terra, de abundância, de confiança, hoje é a base por onde me movo. O desejo da busca tornou-se encontro. E o que era apontado pelo Temazcal passou a ser o dia a dia. Volta e meia alguém pedia um temazcal... uma irmã como presente de aniversário, um amigo para trazer sua esposa. Mas os intervalos foram ficando maiores e o Temazcal acontecendo de outra forma, em ciclos diários, como uma medida do equilíbrio entre as coisas.

Enquanto as cerimônias do Temazcal iam reduzindo em número, acontecia a expansão da observação do ambiente como um todo. O nosso recolhimento e inserção nos movimentos naturais desta terra se fortalecendo... durante os anos em que parecia estarmos hibernando.

Este ano de 2011, se olharmos os acontecimentos através de uma perspectiva de “ritos de passagem”, parece ser o ano em que Arupa abre as suas portas (que nunca estiveram fechadas, aliás). Através do Blog, através das reportagens, através de novos movimentos e projetos que estão em gestação e em andamento.
Sensível a tudo isso, uma querida amiga, a Cinthya Verri, nos cutucou: “Ei, vocês, hora de fazerem um Temazcal, hora de reabrirem as portas! “.
Por que não?
E aí está! Marcado um Temazcal com nutrição na máxima potência, pois teremos um lanche gostoso após a cerimônia nascido da abundância do Arupa.
Nutrição pra todos os sentidos! Delícia!


Compartilho aqui para possíveis interessados. Será no dia 17/12, com horário de chegada às 9h e teremos um número máximo de 20 vagas. O valor da cerimônia e refeição é R$ 120,00 por pessoa. Para garantir a vaga, um depósito bancário deverá ser feito até o dia 03/12 através de contato pelo e-mail info@temazcal.com.br ou pelo blog http://temazcalarupa.blogspot.com/

Quem se sentir chamado, venha! Arupa abre-se novamente ao Temazcal!

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