Na feira, compramos grãos - entre eles o arroz biodinâmico do Juarez, compramos a erva-mate da Nilza, o sal marinho também na banca da Nilza, o mel do Edson Marcelo, pão do Pão da Terra, além de feijão, gengibre, algumas frutas e verduras (quando falta na horta). Adoro a ideia de comprar itens com sobrenome, o certificado é o próprio produtor. Isso me faz lembrar do filme “Muito Além do Jardim”. No começo do filme, uns advogados perguntam para o Mr. Chance quem é ele, não satisfeitos com a resposta verbal pedem um documento para provar. Ao que o Mr. Chance diz: 'eu estou aqui e estou dizendo quem sou eu'. Realmente, o ser humano é muito engraçado, para não dizer estranho, fica com o que diz o papel ao invés de crer na pessoa. Fico com o olho no olho, nada como adquirir um produto das mãos de quem o produziu!
Hoje é sábado e nosso plano era fazer o nosso tour por Porto Alegre. Porém, como a chuva estava convidativa ao sono e eu tinha um queijo com horário marcado para filar, nos enrolamos e saímos depois das onze horas. A feira ficou para trás e o Mercado Público foi nosso destino direto.
O Mercado Público oferece uma infinidade de produtos e possibilidades, compramos ingredientes para granola, temperos diversos, castanhas, mostarda, azeite de oliva, peixes, provamos vinhos e azeites, visitamos a feira de antiguidades e almoçamos no Japonês, sendo que fomos atendidos pelo Lauro (querido amigo e garçom que muito me atendeu no antigo “Sushi Express”). Enquanto almoçávamos, comentávamos sobre como é bom ir ao Mercado Público! Como é bom sentir os aromas misturados, ouvir os sons e vozes aparentemente desafinados, ver a diversidade em milhares de formas.
Neste momento, surgiu uma boa reflexão. Quando viajamos costumamos visitar os mercados locais das cidades visitadas: uma boa parrillada no mercado de Montevidéu, frutos do mar no mercado de Santiago, até mesmo aqui ao lado, o lindo e convidativo mercado de Florianópolis. A sensação que tenho é que visitando o mercado da cidade chegamos mais perto do seu povo. Será? Porque então me ocorreu que para muitos a visita aos mercados de fora são mais frequentes do que as visitas ao nosso mercado? Minha análise pode estar equivocada, mas convido cada leitor a esta reflexão.
Hoje comi o melhor sashimi de atum dos últimos tempos (e olha que sou bem chata para sashimi de atum). Não comi um doce de Pelotas, pois a linda confeitaria está fechada para férias. Experimentei ótimos vinhos e azeites na Banca 38 – acabei comprando um azeite. Comprei quase todos os temperos na Banca 02 (Rancho Nativo). Olhei as antiguidades, me apaixonei por umas latinhas antigas lindas (que seguiram na banca para que outros possam se apaixonar também). Não fui na banca da COCEARS, pois não precisávamos nada de lá, mas é uma banca que tem muitos orgânicos – vale a visita. Influenciada pelo almoço, comprei um atum fresco, recém chegado na Japesca (com direito a indicação de um bom vendedor, dica do Lauro). Sem contar o Café do Mercado, o sorvete com salada de frutas, a banca 10 com suas frutas e verduras especiais (de vez em quando eu compro bardana), os queijos e frios... Nossa, é muita coisa maravilhosa disponível em um único lugar.
Escrevo este post para fazer uma homenagem a Porto Alegre, ao centro de Porto Alegre e ao Mercado Público. E com esta homenagem, convido aos leitores daqui do sul que visitem o mercado, pois é logo ali e a diversão é garantida - pelo menos assim eu percebo!
Fotos retiradas do site da prefeitura de Porto Alegre: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/mercadopublico/default.php?p_secao=18
5 comentários:
Amiga, sabia que meu trabalho de conclusão de curso foi um Mercado Público para Camaquã? estudar os mercados do mundo foi incrível.... muita vida e diversidade, digamos que todo mercado é um palco de acontecimentos! Te mandarei imagens!
Que bárbaro, Manô! Quero ver as imagens sim. Beijos querida
Oi Paula. Concordo contigo. Sempre que viajamos procuramos saber onde fica o mercado da cidade e lá vamos nós conhecer melhor o seu povo e a sua cultura pelo que lá encontramos, através dos nossos sentidos. Barcelona, Paris ( lá, as inúmeras feiras de rua ), Santiago, Atenas, Istambul, Buenos Aires, Rio de Janeiro ( com suas feirs , também),.....Que boas recordações.
Os diversos cheiros que sentimos, as cores que vemos, os mais diversos idiomas e sons, nos remetem a um mundo mágico maravilhoso.
Os shoppings centers que nos perdoem mas mercados são fundamentais!!!!!!HAHAHA!
Bjocas, Mami.
Como proprietário da Banca 10, fico feliz pela citação. É muito gratificante vermos o público reconhecendo o Mercado como palco cultural de Porto Alegre. Esforçamo-nos diariamente, para oferecer qualidade nos produtos e no atendimento. Convido à todos para nos visitarem.
Excelente idéia e lembrei que há lotação que para na praça dos bus. Eba; vou lá comprar o tal do atum, arroz integral da feira do produtor ecológico e outros produtinhos. Grata e beijo.
Postar um comentário
Este é um ambiente aberto ao compartilhar, sinta-se a vontade em deixar suas palavras.