A mais básica arte dos sentidos! Efêmera não... Viva!
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Falei recentemente em beleza! Coloquei fotos de flores coloridas... Falei de abundância. Hoje falo de arte, a arte através dos eventos percebidos pelos sentidos: sons, cheiros, cores, texturas, sabores.
Me dei conta de que poucas artes estimulam todos os sentidos... alimentação! Paladar, bingo! Visão, bingo! Olfato, bingo! Tato, bingo! Audição, bingo! Não sei por qual sentido começa, mas em determinados momentos todos estão aguçados simultaneamente.
Ah, ouvir o som de um assado no forno... e o aroma! E o chiado da chaleira no amanhecer de um dia de inverno à espera do chimarrão!
A textura os alimentos... os orientais sabem das coisas, não usam talheres! Quem nunca sentiu o caldo grosso de uma manga escorrendo pelos dedos? E o toque de pele macio e liso da clara de um simples ovo cozido!
Olfato, visão, paladar, o que dizer deles? A relação com os alimentos passa diretamente pelos três. Como comer algo que tem um cheiro que não agrada? Impossível! A visão e o olfato vêm antes do paladar. Este, por sua vez, é o gran finale dessa arte efêmera! Incrível isso, nunca mais se repetirá!
Acho que sua efemeridade talvez seja um dos presentes mais divinos que recebemos dos deuses! Afinal, é ela que nos faz ter que repetir e repetir e repetir o ato da mais básica arte dos sentidos!
Percebo que, à medida que a alimentação ganha ares de arte no dia-a-dia, comer o antes incomível passa a ser a regra! Será realmente incomível ou será apenas a questão de ativar mais sentidos? E de novas formas? O nabo antes rejeitado virou deleite hoje... Hum, divertido isso! Posso resgatar sabores antes deixados de lado e abrir à possibilidade de acolher novas formas... sempre novo, sempre fresco! É isso aí, estou enganada, efêmero não... é fresco, vivo!
Hoje comi nabo! Fiz uma salada com nabo, cenoura e beterraba colhidos da horta hoje de manhã. Fatiei com uma faca (não ficou muito fino) e arrumei-os em uma grande travessa. Preparei um molho com ingredientes sugeridos pelo Felippe Sica no Blog dele onde tem a receita do carpaccio de beterraba - http://felippesica.blogspot.com/2010/11/carpaccio-de-beterraba.html
Ficou uma delícia! Tenho que confessar, fui injusta com o nabo por muitos anos! Quantas injustiças mais estarei cometendo? E você?
4 comentários:
Aliás, a efemeridade é que torna suportável ao cérebro as experiências do dia a dia. Se assim não fosse ele colapsaria.
Parabéns pelo blog. Sou um cozinheiro amador (adoro cozinhar) e suas receitas são um grande incentivo.
Abraços
Antonio Carlos
É isso aí!! Que bom que gostas do Blog, seja bem-vindo e sinta-se a vontade nele! Carinho, Priya
Oi Pryia, lindo texto! A gastronomia é realmente uma arte e ao mesmo tempo contraditória. Aonde uns vêem beleza (como eu e você), muitos, diria a grande maioria, enxerga apenas um prato de comida pra matar a fome. Já dizia o sábio Confúcio "Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores".
Um grande abraço
Felippe
Que bom! É isso aí! Obrigada pelo compartilhar! Grande abraço.
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