Cumaru ou Fava Tonka ou Dipteryx odorata
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Sou uma apaixonada por baunilha. Duvido da existência de algum cozinheiro que não o seja. Cheguei a tentar conseguir a orquídea onde nasce a fava da baunilha, mas fui dissuadida, pois ela não se adapta a climas frios e o processo de secagem da fava é meio complicado.
Costumo ter sempre uma fava e tenho um pote com açúcar onde coloco as cascas das favas depois de usá-las. Desta forma, sempre tenho açúcar de baunilha em casa. Dou preferência para comprar a fava orgânica da marca Valeso. É uma fava cultivada na Mata Atlântica Brasileira, que não precisou atravessar oceanos para vir de madagascar.
Bueno, queria ter a possibilidade de usar baunilha sempre que quisesse, mas é economicamente inviável, já que cada fava custa, no mínimo, uns R$8,00. Desta forma, uma boa alternativa à baunilha é a Cumaru ou Fava Tonka ou Dipteryx odorata. Eu tinha lido sobre ela no blog come-se, vide link aqui e aqui. Em geral, tem sido usada na indústria de cosméticos e perfumaria, ainda pouco se usa na culinária. A substância responsável pelo odor agradável é a cumarina, que também está presente na baunilha (que também tem a vanilina).
Conforme a Neide Rigo coloca no blog come-se, em SP é possível encontrar esta fava nas Floras (casas de Candomblé). Fui aqui em Viamão, mas eles não tinham a Cumaru, porém trabalham com a marca Chá & Cia. Desta forma, talvez seja possível conseguir através de encomenda.
Na BioNat Expo, a Michele Valent, do blog Un Giardin sul Balcon usou as sementes de cumaru nas preparações durante a oficina de doces. Nossa, amei! O cheiro da semente é uma loucura. Claro que pedi para ela uma amostrinha daquela delícia. Super generosa como só ela, me deu todas que tinha (02 e meia!!). Vim para casa com o meu novo tesouro.
A base dos sorvetes que tenho feito são sempre de creme anglaise. O creme anglaise original leva baunilha, tenho apostado na semente de cumaru e o resultado tem sido maravilhoso! Não dá para dizer que o sabor é o mesmo, mas da para dizer que é igualmente delicioso. Vale a pena! Não abandonarei a baunilha, mas a cumaru me conquistou para sempre.
Como usa-se pouco de cada vez (o uso é similar ao da noz moscada, rala-se em um ralador pequeno), minhas favas durariam um bom tempo. Porém, sexta passada na visita da Bete Duarte ao sítio, compartilhei meu tesouro e me restou uma fava. Divulgando e multiplicando a Cumaru!
Para não correr o risco de ficar sem, fiz o pedido pela internet através do site indicado pela Michele (link aqui) e hoje meu pedido chegou. Michele, muito obrigada!
São 100 gramas desta delícia e a previsão de muitos sorvetes e doces pela frente! Fica a dica!
5 comentários:
ola o pote de 100g vem com quantas favas?
Marcelo, são todas as sementes que estão na foto. Muitas!! Nunca contei.
Abraço
Ué, mas a baunilha não é uma orquidea amazonica?
Nunca usei mas fiquei super curioso sobre a fava tonka. Uma coisa que já fiz e gostei bastante é aromatizar o creme inglês com cardamomo, o sabor é bem diferente da baunilha, mas bastante interessante.
Anônimo
Hoje a baunilha é produzida na amazônia, mas ela não é original daqui. A maioria das baunilhas que encontramos por aí são de Madagascar.
Daniel
Vou experimentar o cardamomo. Obrigada
Abraços aos dois
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