Abundância não é quantidade!

Hoje abri a janela do quarto bem cedinho depois de ter ido dormir às 21h e fui invadida por um enorme sentimento de gratidão e percebi através de todos os sentidos a invasão da abundância. E o significado de abundância vai ficando cada vez mais claro...

Surge então uma nova reflexão: abundância no sentido comum empregado está relacionada à quantidade, vide dicionário Aurélio abaixo:
Dicionário Aurélio - http://www.dicionariodoaurelio.com/Abundancia - s.f. Grande quantidade: provisões em abundância. / Riqueza, fartura: viver na abundância.

Será mesmo?

Abundância, de onde percebo, não está relacionada com quantidade: nem mais, nem menos.

Abundância tem a ver com integração, com fluxo  e no meu caso até com redução: - redução do consumo, redução de bens, redução de tarefas, redução de inutilidades, redução de obrigações, redução de ruídos, redução de poluição... na mesma medida que aumenta a troca, o fluxo, aumentam os prazeres, aumenta a confiança, aumenta o colorido... na mesma medida e sem ter a ver com quantidade. Talvez tenha a ver com qualidade, não sei, talvez não seja possível classificar.

Neste cenário onde estou inserida, a redução faz total sentido e percebo que o hábito de consumo e enormes quantidades de tarefas e inutilidades estão diretamente ligados com escassez e com medo.

Abundância nasce da confiança, e confiança da circulação (fluxo, troca), e circulação nasce da abundância... primavera, verão, outono, inverno, primavera... lua cheia, lua minguante, Lua nova, lua crescente, lua cheia... dia, noite, dia...

Desta forma, o convite é para uma releitura de abundância... ligando abundância a simplicidade e, quem sabe, a redução – redução pode ser traduzida como desintoxicação! Desintoxicação do modelo atual que apresenta a escassez mascarada com a falsa abundância e que intoxica cada vez mais!

A redução é apenas desintoxicação. Depois da desintoxicação, simplesmente abundância... nem mais, nem menos :)