Hoje presenciei a chegada de duas forças super intensas e bem vindas. E é sobre elas que falarei neste post: vento e chuva.
Toda vez que o vento corre pelo sítio eu lembro do Erico Veríssimo e das passagens da Bibiana em "O Tempo e o Vento". Mesmo presenciando esta força inúmeras vezes durante a minha vida, o frio na barriga é sempre convidado e a adrenalina sobe. Com certeza o vento me causa ambivalência: paixão e recolhimento, inquietação e paralisia... amo o vento. Aqui no sítio o vento deita o bambuzal, faz uma sinfonia com os eucaliptos, escabela as palmeiras. Na mesma velocidade que ele vem, ele vai! E deixa o ar renovado, deixa a alma limpa. Com certeza, se a paixão é regida por alguma força, esta força é a do vento.
Depois veio a chuva. Ah, a tão esperada chuva... Antes de morar aqui, a chuva era uma força que, se acontecesse ou não, minha rotina não mudava. Talvez ficasse mais tempo no trânsito, talvez evitasse sair no fim de semana, mas não tinha um impacto muito grande. Sempre gostei da chuva, sempre gostei de ver a chuva caindo e ouvir sua musicalidade, mas nunca realmente desejei a chuva. Depois de me mudar para sítio, esta relação começou a se construir de uma nova forma, com uma nova perspectiva de prioridade. A chuva aqui é visceralmente imprescindível. E hoje ela chegou! Estávamos sem saber o que fazer com o milharal, estávamos vendo as hortaliças contorcendo suas folhas, a terra das mudas ficando dura. Por mais que regássemos no fim do dia, ao meio dia realmente sentíamos a sua falta. O Deva correndo pra lá e pra cá com bambus e sombrites para não perder os pés de tomate. Nossa horta não é uma horta com sistema de irrigação, aspersores e mangueiras furadinhas, os que tínhamos, tiramos para refazer melhor. A rega é manual, pé por pé. Essa rega estabalece uma relação direta e impressionante, não que tenha que ser assim, mas tem seu papel. Bom, o importante é que hoje ela veio, e veio bem, veio na medida... perfeitamente na medida!
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